Gelo marinho da Antártica atinge nível mais baixo dos últimos 40 anos
Extensão mínima do gelo marinho em torno do continente antártico está diminuindo. Primeiros registros desta região se deram em 1979
atualizado
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O nível do gelo marinho em torno do continente antártico é o mais baixo registrado nos últimos 40 anos, desde que as análises começaram a ser feitas. Este é o 2º ano consecutivo que a quantidade do gelo — que consiste em água do mar congelada, flutuando na superfície do oceano — despenca.
O gelo marinho da Antártica se forma durante o inverno, derretendo na primavera e no verão depois de atingir o ápice de sua extensão. Em setembro — com as mínimas temperaturas —, o gelo chega a atingir 18,5 milhões de quilômetros quadrados.
Na extensão mínima, em meados de fevereiro, o gelo ocupa 2,5 milhões de km², conforme o National Snow and Ice Data Center (NSIDC).
Contudo, em 2022, a região com extensão mínima de gelo era inferior a 2 milhões de km² — a menor registrada desde o início dos estudos, em 1979. Em 21 de fevereiro de 2023, o número caiu ainda mais: 1,8 milhão de km² de gelo marinho.
Conforme o site Space, é provável que a extensão mínima de gelo diminua ainda mais nas próximas décadas, de acordo com o aumento da temperatura global, resultado da mudança climática.
“A menor extensão do gelo marinho significa que as ondas do oceano atingirão a costa da gigantesca camada de gelo [da Antárticca], reduzindo ainda mais as plataformas de gelo ao redor da Antártida”, aponta o pesquisador Ted Scambos, do Instituto Cooperativo de Pesquisa em Ciências Ambientais da UCB.
Além disso, o gelo marinho é palco para os predadores polares, que usam as plataformas para a caça.