Gaza: reféns do Hamas são crianças, idosos e até famílias inteiras
Mulheres e crianças são maioria dos sequestrados em 7/10. Após trégua entre Hamas e Israel, pelo menos 50 reféns devem ser libertados
atualizado
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Um levantamento conseguiu confirmar a identidade de 210 dos cerca de 240 reféns mantidos na Faixa de Gaza pelo grupo extremista Hamas. Mulheres e crianças são a maioria dos sequestrados em 7 de outubro, data do estopim das ofensivas do grupo contra o território de Israel.
Por meio de um cruzamento de dados (depoimentos de familiares e relatos da mídia israelense), a agência de notícias francesa AFP listou os nomes de 210 pessoas mantidas em cativeiro na região palestina.
Durante a madrugada de quarta-feira (22/11), pelo horário local, Israel e Hamas firmaram acordo para a libertação de um grupo de 50 reféns. Essa trégua também prevê a soltura dos capturados em Israel e a promoção de uma pausa humanitária em Gaza.
Na primeira leva, devem ser soltos 30 menores de 18 anos e 20 mulheres, sendo que oito delas são mães.
Perfil dos reféns do Hamas
Desde a onda de sequestros, iniciada em 7 de outubro, foi possível confirmar que ao menos 35 crianças estão em cativeiros do grupo extremista, localizados em Gaza. Destas, 18 tinham 10 anos ou menos à época dos ataques do Hamas.
Segundo a mídia local, algumas dessas crianças chegaram a fazer aniversário no cárcere. É o caso de Emily Hand, uma irlandesa-israelense que completou 9 anos sob tutela do grupo extremista.
Pelo menos 68 dos sequestrados são mulheres. No recorte de idade, cerca de oito dos reféns têm mais de 80 anos.
Além disso, aproximadamente 71 dos quase 400 moradores do kibutz Nir Oz foram sequestrados pelo Hamas. Entre os raptados nesse kibutz, estão nove pessoas da mesma família.
Estrangeiros estão entre os reféns
Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores de Israel, fora os cidadãos israelenses, há pessoas de 26 nacionalidades entre os reféns do grupo extremista. Muitos deles têm dupla nacionalidade.
Confira o país de alguns dos reféns, de acordo com informações dos seus respectivos governos:
- 26 tailandeses
- 21 argentinos
- 18 alemães
- 10 americanos
- sete franceses
- sete russos
No momento, cerca de 15 a 30 pessoas, em sua maioria estrangeiros, seguem desaparecidas. Ainda não se sabe o paradeiro delas, assim como suas identidades. Uma hipótese forte é a de que todos tenham sido sequestrados ou assassinados.
Reféns libertados
Até o momento, o Hamas libertou quatro reféns. Judith Tai Raanan e Natalie Shoshana Raanan, mãe e filha, respectivamente, foram as primeiras a receberem liberdade, em 20 de outubro. Ambas têm cidadania americana e estavam em Israel para visitar um parente, quando acabaram capturadas.
Judith e Natalie foram entregues à Cruz Vermelha Internacional e, após isso, se encontraram com tropas de Israel. O Hamas informou, em um comunicado, que elas foram liberadas por motivos humanitários e para contrariar acusações do governo dos Estados Unidos.
Em 23 de outubro, o grupo libertou outras duas mulheres, de nacionalidade israelense, identificadas como Nurit Yitzhak, 79 anos, e Yochved Lifshitz, 85, e teriam sido liberadas pelo grupo também por razões humanitárias.