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Gaza vive rápida propagação de doenças infecciosas, avisa OMS

Superlotação em hospitais, falta de água potável e problemas no saneamento fazem com que infecções se espalhem mais rápido na Faixa de Gaza

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Imagem colorida mostra Médicos examinam as pessoas feridas em ataques israelenses no Hospital dos Mártires de Al-Aqsa em Deir Al-Balah, Gaza - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Médicos examinam as pessoas feridas em ataques israelenses no Hospital dos Mártires de Al-Aqsa em Deir Al-Balah, Gaza - Metrópoles - Foto: Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images

Superlotação de hospitais, falhas no sistema de distribuição de água potável, saneamento interrompido. A vida na Faixa de Gaza já não era fácil antes da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. Agora, a situação piorou a tal ponto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou um novo risco: a rápida propagação de doenças infecciosas.

Por conta da falta de combustível, diversos setores foram afetados, entre eles o da a saúde. Isso ocorre porque a interrupção do funcionamento das fábricas de dessalinização e a perturbação do recolhimento de resíduos são dois dos pilares fundamentais na proteção da população contra as contaminações.

Por isso, 1,5 milhão de pessoas estão mais expostas ao risco de contraírem infecções: é o caso principalmente da diarreia, que ocorre por consumo de água contaminada, ou doenças transmitidas por insetos e roedores.

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Pessoas feridas, incluindo crianças, são levadas ao Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Gaza
Hospitais de Gaza estão sobrecarregados com feridos após ataques de Israel
Dezenas de pessoas feridas estão sendo levadas para o Hospital Al-Shifa após o ataque aéreo ao Hospital Batista Al-Ahli na cidade de Gaza
Criança palestina ferida é transportada para o Hospital Naseer após ataque aéreo israelense enquanto os ataques israelenses continuam no 10º dia em Khan Yunis, Faixa de Gaza, em 16 de outubro de 2023
Palestinos feridos devido a ataques aéreos israelenses são levados ao Hospital Al-Shifa na Faixa de Gaza
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Campo de refugiados em Gaza

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Pessoas feridas, incluindo crianças, são levadas ao Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Gaza

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Hospitais de Gaza estão sobrecarregados com feridos após ataques de Israel

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Dezenas de pessoas feridas estão sendo levadas para o Hospital Al-Shifa após o ataque aéreo ao Hospital Batista Al-Ahli na cidade de Gaza

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Criança palestina ferida é transportada para o Hospital Naseer após ataque aéreo israelense enquanto os ataques israelenses continuam no 10º dia em Khan Yunis, Faixa de Gaza, em 16 de outubro de 2023

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Palestinos feridos devido a ataques aéreos israelenses são levados ao Hospital Al-Shifa na Faixa de Gaza

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Palestinos enchem recipientes com água potável de um veículo de distribuição de água, em meio à crise hídrica causada pelo cerco israelense à Faixa de Gaza

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Territórios Palestinos, Cidade de Gaza: Homens palestinos deixam o bairro de Karama com seus pertences, após um bombardeio israelense no bairro da Cidade de Gaza

Mohammed Talatene/picture Alliance via Getty Images

Devido à situação, a OMS solicita a aceleração e o acesso da ajuda humanitária dentro da Faixa de Gaza, assim como a libertação de todos os reféns detidos, bem como o cessar-fogo.

“Todas as partes no conflito devem cumprir as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional de proteger os civis e as infraestruturas civis, incluindo os cuidados de saúde. A OMS apela pela libertação incondicional de todos os reféns e por um cessar-fogo humanitário para evitar mais mortes e sofrimento”, escreve a instituição.

Até falta de internet em Gaza prejudica a saúde

Em suma, os danos nos sistemas de água e saneamento tornam impossível a presença, o controle e a manutenção de medidas básicas de prevenção de infecções, de acordo com a OMS. Há ainda um risco “substancial” a infecções que se desenvolvem a partir de traumas, cirurgias, parto e feridas, principalmente pela falta de insumos.

Pessoas imunossuprimidas, como é o caso de pacientes oncológicos, correm um risco ainda maior, e, agora, a falta de equipamento individual faz com que profissionais de saúde também estejam  expostos a transmitir doenças enquanto executam seu trabalho.

Outro fator de peso na situação em que a Faixa de Gaza se encontra é a falta de conectividade à internet e o funcionamento do sistema telefônico, já que sua restrição diminui a capacidade de detectar surtos de doença precocemente, e retarda uma resposta eficaz ao problema.

A OMS inclusive considera que as pessoas mais expostas são as que vivem em abrigos e com baixo acesso a instalações de higiene e água potável, e reforçou que a entidade, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) e o Ministério da Saúde tentam reforçar a vigilância nesses locais.

O impacto das infecções na saúde pública de Gaza

Desde o início dos conflitos entre Israel e o grupo Hamas, em 7 de outubro, foram notificados mais de 33.551 casos de diarreia na região. A maior parte impacta crianças com menos de cinco anos. Antes, entre 2021 e 2022, o número médio era de 2 mil casos mensais.

Também foram registrados casos de sarna e piolhos, varicela, erupção cutânea e infecções respiratórias superiores. Antes dos conflitos, as doenças respiratórias ocupavam o sexto lugar em causas de morte na Faixa de Gaza, com quase 82 mil casos e mais de 400 mortes por Covid-19 notificados em 2022.

A situação é especialmente preocupante para as mais de 50 mil mulheres grávidas, e as 337 mil crianças abaixo dos cinco anos.

Veja os problemas de saúde mais registrados em outubro

  • Diarreia: 33.551 casos;
  • Sarna e piolhos: 8.944 casos;
  • Varicela: 1.005 casos;
  • Erupção cutânea: 12.635; e
  • Infecções respiratórias superiores: 54.866.

Dos 1,5 milhão de pessoas deslocadas, quase 725 mil estão em 149 instalações da UNRWA, 122 mil em hospitais, igrejas e outros edifícios públicos, e cerca de 131.134 em 94 escolas não pertencentes à UNRWA, e o restante, em famílias de acolhimento.

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