Situação em Gaza faz EUA ameaçar embargo de armas contra Israel
Em carta, governo dos EUA exigiu que Israel adote medidas que visam melhorar a situação humanitária na Faixa de Gaza
atualizado
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O governo dos Estados Unidos instou Israel a tomar medidas para melhorar a situação humanitária na Faixa de Gaza em 30 dias, e sinalizou que o país liderado por Benjamin Netanyahu pode ser alvo de um embargo de armas norte-americanas caso não cumpra o pedido. A solicitação consta em uma carta escrita pelos secretários de Estado e Defesa dos EUA, no último domingo (13/10).
Na correspondência, endereçada aos ministros da Defesa e dos Assuntos Estratégicos de Israel, o governo dos EUA cobram “ações urgentes e sustentadas” para reverter a situação precária no enclave palestino.
Entre os principais pedidos da administração Joe Biden estão a entrada de, ao menos, 350 caminhões de ajuda humanitária por dia na Faixa de Gaza, pausas humanitárias para atividades como vacinações e o fim do isolamento da região norte do enclave.
De acordo com o documento, o não cumprimento das exigências pode levar a “implicações” nas políticas de apoio militar dos EUA para Israel.
Apesar de a carta não deixar claro como seria um possível embargo de armas contra Israel, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, detalhou a “ameaça” em entrevista coletiva nesta terça-feira (15/10), mesmo dia em que a carta se tornou pública.
Segundo Miller, uma nova política foi implementada pelos EUA em fevereiro deste ano, que condiciona a assistência militar do país para nações parceiras ao cumprimento do direito internacional e humanitário.
ONU denuncia situação em Gaza
Em meio ao pedido dos EUA, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez uma nova denúncia sobre a situação da Faixa de Gaza nesta terça-feira (15/10).
“A quantidade de ajuda humanitária que foi enviada em agosto à Faixa de Gaza foi a mais baixa em um mês desde quando estourou a guerra”, revelou o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder.
De acordo com Elder, a região norte de Gaza não recebeu “nenhuma ajuda alimentar durante todo o mês de outubro”.