Gaza enfrenta blecaute nas telecomunicações por falta de combustível
Duas companhias de telecomunicações e órgão ligado à ONU confirmaram a interrupção por falta de combustível em Gaza
atualizado
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A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (Unrwa, sigla em inglês) confirmou, nesta quinta-feira (16/11) que Gaza está sob completo blecaute de telecomunicações.
Em entrevista coletiva, o comissário-geral do órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), Philippe Lazzarini, afirmou ter recebido informações de que a região estaria com acesso à internet e telefonia restritos em razão da falta de combustível.
“Como disse aos estados-membros, se não há combustível não há padaria, não há hospital, não há água e, agora, não há comunicações”, destacou.
O representante do órgão ressaltou a necessidade de cessar-fogo na região e a garantia ao acesso de combustíveis, que vem sendo barrada por Israel.
“Uma decisão deveria ter sido tomada há muito tempo, mas, quanto mais esperarmos, mais veremos o cerco tomar conta e tornar-se a principal razão pela qual as pessoas morrem e podem ser mortas na Faixa de Gaza”, destacou.
A agência acrescentou que, diante do blecaute, não haverá operação para entrada de ajuda humanitária no território palestino nesta sexta-feira (17/11). “Isso torna impossível gerenciar ou coordenar os comboios de ajuda humanitária”, informou.
Como mostrou a agência de notícias Al-Jazeera, as companhias de telecomunicações palestinas Jawwal e Paltel confirmaram o blecaute. “Os principais data centers e switches na Faixa de Gaza estão fechando gradualmente devido ao esgotamento do combustível”, afirmaram em nota.
Pausas humanitárias
Após quatro tentativas, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou uma resolução para frear o conflito entre Israel e o Hamas nessa quarta-feira (15/11).
O governo israelense, porém, indicou que seguirá com a guerra, ao não adotar as pausas humanitárias previstas no texto, enquanto o grupo extremista não libertar os reféns que fez nos ataques de 7 de outubro.
A medida contempla pausas humanitárias urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza. A resolução ainda pede a libertação imediata e incondicional de todos os reféns mantidos pelo Hamas e por outros grupos extremistas.