Gabriel Boric sobre Bolsonaro: “Claramente somos muito diferentes”
A declaração foi feita pelo presidente eleito do Chile ao jornal La Tercera, após Boric tomar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19
atualizado
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O recém-eleito presidente do Chile, Gabriel Boric, reagiu aos cumprimentos enviados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), quatro dias após a vitória. O líder chileno disse que, claramente, ambos os mandatários são muito diferentes.
A declaração foi feita por Boric ao jornal chileno La Tercera, após o chefe de Estado chileno tomar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19. O presidente Jair Bolsonaro ainda não tomou nem a primeira dose, mesmo estando disponível desde abril deste ano.
“O governo brasileiro cumprimenta o senhor Gabriel Boric Font por sua eleição à Presidência da República do Chile e faz votos de êxito no desempenho de seu mandato”, disse o comunicado enviado por Bolsonaro ao Chile. O Brasil foi o último país a felicitar Boric pela vitória.
“Ao reafirmar a solidez dos laços de amizade e cooperação, o governo brasileiro assinala a disposição de trabalhar com as autoridades chilenas no fortalecimento das iniciativas bilaterais e regionais em prol dos objetivos de desenvolvimento econômico, de defesa da liberdade e da democracia e de respeito ao Estado de Direito”, conclui a breve nota.
Quem é Gabriel Boric?
Morador da região de Magallanes, no sul do país, e descendente de imigrantes croatas, Boric é bacharel em direito pela Universidade do Chile. Ex-líder estudantil, atuou como deputado e foi um dos fundadores da coalizão política Frente Ampla. Ele terá trabalho para unificar um país polarizado.
Com 35 anos, será o presidente mais jovem da história do Chile. Nascido em 11 de fevereiro de 1986, Boric é filho de Luis Javier Boric e María Soledad Font.
Boric fez sua campanha calcada no discurso da “esperança” e defendendo representar o anseio por mudanças, com a promessa de fortalecer um estado de bem-estar social no país.
“Representamos o processo de mudança e transformação que se aproxima, (mas) com certeza, com a gradação necessária”, disse, durante a campanha.
Boric derrotou Kast, tido como “Bolsonaro do Chile” e defensor declarado do ex-ditador Augusto Pinochet. Teve o apoio do Partido Comunista e de uma coalizão de siglas de esquerda.
Desde então, essas legendas tentaram construir pontes em direção ao centro e atentas aos milhares de eleitores que votaram em primeira instância em outros candidatos, como o direitista moderado Sebastián Sichel, o democrata cristão Yasna Provoste ou o economista liberal Franco Parisi, entre outros.