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G7 alerta para “graves consequências” caso Rússia use armas nucleares

Líderes das sete maiores economias do mundo voltaram a condenar Putin “nos termos mais fortes possíveis” e o culparam por crimes de guerra

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1 de 1 reunião do g7 - Foto: Reprodução/Twitter/G7

Líderes mundiais do G7, grupo que inclui sete das maiores economias do mundo, se reuniram em cúpula de emergência nesta terça-feira (11/10), convocada a pedido do presidente da Ucrânia, Volodomyr Zelensky. No encontro, eles voltaram a condenar o presidente da Rússia, Vladmir Putin, por crimes de guerra, e reforçaram o apoio a Kiev “pelo tempo que for necessário”.

“Condenamos esses ataques com a maior veemência possível e recordamos que os ataques indiscriminados a populações civis inocentes constituem um crime de guerra. Iremos responsabilizar o presidente Putin e os responsáveis ​​por conta disso”, diz um comunicado do grupo, publicado após a reunião por videoconferência com Zelensky.

Participaram do encontro, nesta terça, os líderes Joe Biden (EUA), Liz Truss (Reino Unido), Olaf Scholz (Alemanha), Mario Draghi (Itália), Justin Trudeau (Canadá), Emmanuel Macron (França), Fumio Kishida (Japão) Ursula von der Leyen (Comissão Europeia) e Charles Michel (Conselho Europeu).

O grupo reforçou que as nações condenam a ofensiva russa e a escalada de ameaças do Kremlin, incluindo a mobilização parcial de reservistas e a retórica nuclear “irresponsável”. Eles também acrescentaram que continuarão a fornecer apoio financeiro, humanitário, militar, diplomático e jurídico.

“Qualquer uso de armas químicas, biológicas ou nucleares pela Rússia terá graves consequências […] Permaneceremos firmes com a Ucrânia pelo tempo que for necessário”.

Os líderes também fizeram um apelo ao governo da Bielorrússia para que corte o apoio estrutural às forças do Kremlin. “O anúncio de um grupo militar conjunto com a Rússia constitui o exemplo mais recente da cumplicidade do regime bielorrusso com o governo de Putin. Renovamos o nosso apelo ao regime de Lukashenko para que cumpra integralmente a sua obrigações de direito internacional”.

Clima de tensão

A cúpula ocorre em meio à preocupação global com a escalada do conflito. Na segunda-feira (10), a Rússia orquestrou o maior ataque desde o início da guerra, em fevereiro, e mirou pelo menos 10 cidades em território ucraniano.

Os bombardeios ocorreram em retaliação à explosão que derrubou um trecho da ponte que liga a Península da Crimeia ao território continental russo, no último sábado (8/10).

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

Preocupação mundial

A comunidade internacional viu com preocupação a ofensiva dessa segunda – inclusive países historicamente aliados à Rússia, como China e Índia. Estas duas nações, que aliviaram as sanções econômicas impostas ao Kremlin com a compra do petróleo, têm buscado manter distância do conflito e evitam tecer críticas diretamente a Putin.

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning defendeu, em entrevista coletiva, que “todos os países merecem respeito à sua soberania e integridade territorial”, e justificou que “deve ser dado apoio a todos os esforços que conduzam à resolução pacífica da crise”.

O representante da Índia, Arindam Bagchi, reforçou a “profunda preocupação” do seu governo com o agravamento do conflito e informou que pretende apoiar os esforços para conter embates em território ucraniano.

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