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Fronteira de Gaza com Egito se fecha antes de passagem de brasileiros

Os brasileiros estão “ilhados” na Faixa de Gaza desde o início dos conflitos, e haviam obtido autorização para cruzarem a fronteira

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imagem colorida mostra Portões de Rafah são abertos: lista com 480 nomes Gaza - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra Portões de Rafah são abertos: lista com 480 nomes Gaza - Metrópoles - Foto: Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

O posto de Rafah, que fica na fronteira do Egito com a Faixa de Gaza, foi fechado nesta sexta-feira (10/11), antes que o grupo de 34 brasileiros conseguisse cruzar a divisa dos países e fugir do conflito por meio da repatriação.

Eles sairiam da região nesta sexta-feira (10/11)  após serem autorizados a cruzar a fronteira por meio da passagem de Rafah. Então, embarcariam em um avião presidencial, fornecido pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Havia expectativa de que decolassem da região no sábado (11/11), do aeroporto de Al Arish, mais próximo da Faixa de Gaza, e não do Cairo, no Egito. Então, seriam recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (12/11).

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Migração de palestinos acontece por causa de bombardeios e ataques israelenses ao norte de Gaza
Palestinos em Gaza, que estão expostos ao intenso bombardeio israelense, migram para as partes sul e central
Hasan Rabee registrou momento em que grupo chegou ao portão de Rafah
Hasan Rabee na fronteira de Gaza com o Egito
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Além da migração, há o recebimento de material de ajuda humanitária em Gaza

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Migração de palestinos acontece por causa de bombardeios e ataques israelenses ao norte de Gaza

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Palestinos em Gaza, que estão expostos ao intenso bombardeio israelense, migram para as partes sul e central

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Hasan Rabee registrou momento em que grupo chegou ao portão de Rafah

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Hasan Rabee na fronteira de Gaza com o Egito

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Os brasileiros já estariam na lista de autorizados, divulgada na noite da última quinta-feira (9/11). Contudo, a passagem não foi autorizada, já que o posto nem sequer chegou a ser aberto, de acordo com o ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira. A declaração ocorreu em uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (10/11).

“O ministro de Israel na última sexta garantiu que os brasileiros estariam na lista de autorizados na última quarta, o que não se confirmou. Estavam na lista, mas não se confirmou a saída, porque não houve abertura. Ontem, ele informou novamente que estavam autorizados, e os nomes estavam em poder das autoridades na fronteira e sairiam hoje de manha, mas não saíram; apesar de terem sido mobilizados, não puderam passar pelo posto de controle, não foi aberto. Esperamos que esses nomes sejam autorizados a cruzar o mais rápido possível”, explicou o ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira.

Quando questionado, Vieira ressaltou que não pode informar quando ocorrerá a abertura do posto de Rafah, mas destacou que o governo brasileiro mantém contato, reforçando a necessidade de repatriação dos brasileiros. “A situação de Gaza não me permite dizer se será hoje, amanhã ou quando, são números e questões que dificultam a abertura. Governo brasileiro tem mantido contato com as autoridades, sempre examinando a possibilidade da libertação dos brasileiros no menor tempo possível”, afirmou.

No grupo de 34 brasileiros que poderão deixar a Faixa de Gaza está Hasan Rabee, que registra todo o processo nas redes sociais e mostrou algumas dessas pessoas dentro de um ônibus. Por algumas horas, uma das brasileiras chegou a ser impedida de integrar a relação. É a avó da brasileira Shahed Al-Banna, de 18 anos.

A primeira relação de pessoas autorizadas, divulgada nessa quinta-feira (9/11), não elencava o nome da avó da brasileira. Fontes do governo informaram à CNN Brasil que a exclusão da mulher pode ter sido um “mero erro”, e que “gestões e pedidos” para incluí-la estavam sendo realizados.

Brasileiros no posto de Gaza

Há pelo menos quatro horas, o grupo estava em frente ao posto na fronteira, conforme fotos do brasileiro nas redes sociais. “Já estamos na fronteira esperando a abertura para seguir viagem”, escreve Rabee. “Mais difícil na minha vida é deixar minha mãe e duas irmãs para viajar, e elas estão sem condições de vida”, compartilha ele.

Rabee, inclusive, mostrou expectativa pela elaboração de uma segunda lista de brasileiros a serem repatriados, como se tivesse sido algo prometido pelo presidente Lula. “Espero que essa segunda lista de familiares saia logo, como prometeu o presidente”, declarou nas redes sociais, em um vídeo que abraça a mãe.

Já foram sete listas de estrangeiros autorizados a deixar Gaza. Os governos estrangeiros dizem que há em Gaza cidadãos de 44 países, bem como trabalhadores de 28 agências, incluindo organismos da ONU. Esses estrangeiros somariam cerca de 7,5 mil pessoas em Gaza. O Egito estima que 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.

Negociação do governo Lula

A repatriação realizada pelo governo federal é chamada de Operação Voltando Em Paz e já trouxe mais de 1,4 mil pessoas ao Brasil, todas provenientes de Israel e, mais recentemente, da Cisjordânia.

O governo federal também negocia, por meios diplomáticos, buscar os brasileiros na Faixa de Gaza, que tiveram sua saída autorizada após sete listas de estrangeiros liberados para cruzarem a fronteira. Os brasileiros que estão em Gaza seguiam fora das listas de estrangeiros permitidos a deixar a região pela fronteira com o Egito, por meio da passagem de Rafah.

Essas negociações ocorreram por meio dos esforços do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira. Entre sexta-feira (13/10) e sábado (14/10), Lula negociou diretamente com os presidentes de Israel, Isaac Herzogdo Egito, Abdul Fatah al-Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Na última quinta-feira (9/11), Mauro Vieira fez a quarta ligação com ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, para tratar do assunto.

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