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Frio dos EUA não contradiz aquecimento global, explica meteorologista

Onda de frio na América do Norte provocou temperaturas mínimas de até -40ºC nos EUA e -53ºC no Canadá, com sensação térmica chegando a -60ºC

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Esra Bilgin/Agência Anadolu via Getty Images
Istambul, Turquia, em 25 de janeiro de 2022: tráfego interrompido devido a fortes nevascas e veículos presos
1 de 1 Istambul, Turquia, em 25 de janeiro de 2022: tráfego interrompido devido a fortes nevascas e veículos presos - Foto: Esra Bilgin/Agência Anadolu via Getty Images

Uma poderosa onda de frio de origem siberiana, com características históricas, atinge os Estados Unidos e o Canadá, além de parte do México. A extraordinária incursão de ar gelado que desceu até latitudes médias produziu mínimas de até -40ºC nos EUA e -53ºC no Canadá, com sensação térmica em alguns lugares de -60ºC.

Não bastasse, a onda polar excepcional foi acompanhada da formação de um incrível ciclone bomba sobre a América do Norte, o que é raro. Associado ao ar extremamente frio, acabou por produzir grandes nevascas acompanhadas de vento com força de furacão em cidades mais ao Norte e do Meio-Oeste dos EUA, além de algumas províncias canadenses.

Situações como estas obviamente despertam dúvidas sobre o aquecimento global, mas o frio em nada afasta o fato que o planeta está aquecendo e seguirá esquentando no longo prazo sem medidas de mitigação de emissões de gases do efeito estufa.

A resposta está em dois conceitos básicos que todos aprendemos na escola: tempo e clima. Usados com frequência como sinônimos, em geral, são distintos. O tempo é a condição momentânea da atmosfera a curto prazo. O clima é a condição de longo prazo, a média do tempo.

O dia de hoje e o amanhã são o tempo, as condições dos últimos 12 meses são o clima. Assim, o aquecimento do planeta é uma realidade do clima e o frio intenso de agora nos Estados Unidos, uma realidade do tempo presente. O aquecimento global é tendência estabelecida por muitas décadas.

O frio muito intenso é uma tendência de poucos dias. Por exemplo, o Natal agora transcorre com temperatura absurdamente abaixo do normal nos Estados Unidos. Mas sabe o que vai ocorrer em alguns poucos dias? A temperatura na virada do ano estará muitíssimo acima da média em praticamente todo o território norte-americano. E, justamente os locais com o frio mais intenso agora, serão os de temperatura mais acima do normal no Ano Novo.

Mas não apenas isso. Se for analisada a estatísticas destas cidades que agora sofrem com frio excepcional nos Estados Unidos, tanto o número de dias de muito frio como os extremos de temperatura baixa têm diminuído nas últimas décadas.

“Valer-se de um episódio de frio extremo para negar uma tendência de aquecimento do planeta seria o equivalente a dizer que uma semana de muita chuva no sertão nordestino seria uma prova que a região não é semi-árida e frequentemente seca”, observa a meteorologista Estael Sias.

Saiba mais na matéria do portal MetSul, parceiro do Metrópoles.

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