França registra novas manifestações contra a reforma da previdência
O presidente da França aumentou a idade mínima para se aposentar de 62 para 64 anos sem antes votar a reforma da previdência no Congresso
atualizado
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Milhares de pessoas voltaram às ruas da França, neste domingo (19/3), para protestar contra a reforma da previdência proposta pelo governo sem antes passar por uma votação na Assembleia Nacional francesa.
A nova onda de manifestações acontece um dia antes do Parlamento francês votar uma moção de censura contra o governo.
Na última quinta-feira (16/3), o presidente Emmanuel Macron, por meio da primeira-ministra Elisabeth Borne, acionou um dispositivo da Constituição francesa que lhe permite aprovar o aumento da idade mínima da aposentadoria na França sem que a proposta seja votada pelos deputados.
Depois que milhares de manifestantes passaram a ocupar as ruas francesas contra o aumento da idade mínima da aposentadoria de 62 para 64 anos, a polícia determinou, nesse sábado (18/3), o fechamento da Place de la Concorde, em frente ao Parlamento.
A praça no centro de Paris foi o cenário de duas noites sucessivas de manifestações que terminaram em confrontos entre os manifestantes e a polícia francesa.
Neste domingo (19/3), o presidente do partido de direita Os Republicanos anunciou que não irá votar a moção de censura nesta segunda-feira (20/3) após o seu escritório ser apedrejado.
“Ontem à noite minha permanência foi apedrejada. Os bandidos que fizeram isso querem usar a violência para pressionar meu voto na segunda. Jamais cederei aos novos Discípulos do Terror”, escreveu o político em sua conta no Twitter.
Cette nuit ma permanence a été caillassée.
Les nervis qui ont fait ça veulent par la violence faire pression sur mon vote lundi.
Jamais je ne céderai aux nouveaux disciples de la Terreur. pic.twitter.com/8sgs3q85HF
— Eric Ciotti (@ECiotti) March 19, 2023
Os deputados da oposição apresentaram duas moções de censura que deverão ser discutidas no Parlamento a partir desta segunda. Caso uma delas seja aprovada, o decreto presidencial deverá ser anulado e iria obrigar a renúncia da primeira-ministra.
Onda de manifestações
Nesse sábado, mais de 80 pessoas foram detidas em um protesto que reuniu aproximadamente quatro mil manifestantes nas ruas de Paris. Durante a caminhada, latas de lixo foram incendiadas e pontos de ônibus foram depredados.
Na cidade de Lyon, outras 15 pessoas foram presas depois que a polícia alegou que “grupos de indivíduos violentos” provocaram confrontos durante uma manifestação.