França: mesmo após vitória, esquerda tem desafio na escolha do premiê
A coalizão de esquerda contrariou a expectativa e garantiu a 182 cadeiras da Assembleia Nacional da França
atualizado
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A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) saiu vitoriosa das eleições no último fim de semana, após garantir o maior número de cadeiras na Assembleia Nacional da França. O resultado contrariou a expectativa de que a extrema direita saísse vitoriosa do pleito. Ainda assim, há desafios pela frente.
A esquerda não garantiu maioria absoluta no pleito, o que garantiria à coalizão o poder de indicar o próximo primeiro-ministro francês. Ainda assim, representantes da NFP já indicaram que tentarão negociar a nomeação de um representante da corrente política para o cargo.
Na França, há um sistema semipresidencialista, em que o primeiro-ministro é o chefe de governo. A nomeação é feita pelo presidente, Emmanuel Macron. Até o momento, não há previsão de quando o chefe do Executivo francês nomeará o próximo premiê.
O atual primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, apresentou, nesta segunda-feira (8/7), demissão. Macron, no entanto, pediu que o primeiro-ministro permaneça no cargo para “garantir a estabilidade do país”.
O próximo premiê, como informa a agência RFI, irá comandar uma equipe que vai gerir as ações do Estado durante pelo menos um ano, já que a Assembleia Nacional não pode ser dissolvida novamente durante este prazo.
Números das eleições na França
Nas eleições deste fim de semana, a coalizão de esquerda garantiu 182 cadeiras. A força de centro e que representa o governo Macron, por sua vez, saiu do pleito com 168 cadeiras, e a coalizão de extrema-direita ficou com 143.
Segundo o Ministério do Interior da França, quase 60% dos franceses compareceram às urnas neste domingo, maior participação para eleições legislativas desde 1981. O resultado foi tido como inesperado, uma vez que os candidatos de extrema-direita eram considerados favoritos.
Marine Le Pen, líder do partido Reunião Nacional (RN), afirmou que a vitória de seu grupo foi “apenas adiada”. “A maré está subindo. Desta vez, não subiu o suficiente, mas continua subindo e, consequentemente, nossa vitória apenas foi adiada”, declarou a líder da extrema direita, em entrevista à emissora TF1.
A eleição ocorreu após Macron dissolver o Parlamento e convocar novas eleições. A decisão do líder francês ocorreu depois da vitória do partido de Marine Le Pen, política populista de extrema-direita, para o Parlamento Europeu.