1 de 1 O presidente da França, Emmanuel Macron, discursa na Cúpula de Ação Climática na Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 23.
- Foto: JASON DECROW/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O governo francês declarou seis diplomatas russos como “persona non grata”. Eles estariam atuando como espiões, segundo o serviço de Inteligência da França.
As informações foram divulgadas pelo Palácio do Eliseu, sede do governo de Emmanuel Macron, nesta segunda-feira (11/4).
“Após uma longa investigação, a Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI) revelou uma operação clandestina realizada pelos serviços de inteligência russos em nosso território”, disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
O texto completa: “Seis agentes russos, operando sob cobertura diplomática e cujas atividades provaram ser contrárias aos nossos interesses nacionais, foram declarados persona non grata”.
Na última semana, mais 170 diplomatas russos foram expulsos de cinco países europeus. Itália, Espanha, Suécia, Eslovênia e Dinamarca confirmaram as sanções diplomáticas na última terça-feira (5/4).
As retaliações ocorrem após o mundo ficar assombrado com gravações divulgadas no domingo (3/4), onde é possível ver cenas fortes da tragédia na cidade de Bucha, próxima a Kiev.
A Itália dispensou 30 diplomatas; a Eslovênia, 33. A Espanha baniu 25 integrantes da diplomacia russa; a Dinamarca, 15. Os suíços dispersaram três.
Na segunda-feira (4/4), o governo francês afugentou 35 diplomatas russos, e a Alemanha já havia anunciado que determinou a expulsão de 40.
Por outro lado, a Rússia anunciou a expulsão de 45 diplomatas poloneses em represália a uma medida semelhante decretada no fim de março pela Polônia.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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