França: com apoio de opositores, Macron retoma campanha contra Le Pen
Presidente francês terá que reconquistar esquerda e convencer os que se abstiveram no primeiro turno
atualizado
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Em um cenário parecido com as eleições que ocorreram em 2017, a França voltar a ver o candidato, e atual presidente, Emmanuel Macron disputando a cadeira presidencial com um candidato de extrema-direita, Marine Le Pen.
Mesmo com o apoio de seus rivais no primeiro turno das eleições, como Fabien Roussel, Anne Hidalgo, Yannick Jadot e Jean-Luc Mélenchon, Macron enfrenta a resistência daqueles que se abstiveram no primeiro turno e de uma esquerda decepcionada com seu mandato.
Após a divulgação dos resultados apertados de 27,85% dos votos contra 23,15% de Le Pen, a candidata socialista Anne Hidalgo, e atual prefeita de Paris, foi a primeira a declarar apoio ao atual presidente: “Peço-lhe com seriedade que vote contra a extrema-direita de Marine Le Pen usando o voto em Emmanuel Macron”, declarou.
Já o ecologista Yannick Jadot foi mais direto e pediu para seus eleitores “o bloqueio da extrema-direita depositando uma cédula de Emmanuel Macron na urna”.
“Nenhuma voz pode ser lançada sobre Marine Le Pen” disse o presidente do partido Republicanos, Christian Jacob, durante uma entrevista coletiva realizada após a votação, deixando claro que o apoio a Macron não é uma unanimidade dentro do partido. “Nossa família política é diversa: alguns vão votar em branco, outros vão votar em Macron, esse será o meu caso”, disse.
Grande opositor na ala da esquerda, o terceiro colocado, Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa, optou pelo apoio “indireto” e disse: “Não devemos dar um único voto a Le Pen”. Ele obteve 22% dos votos. Seus votos devem ser os mais disputados neste segundo turno.
Nesta segunda-feira (11/4), o presidente francês viajou a um dos redutos de Marine Le Pen. Na cidade de Denain, localizada em uma das regiões mais pobres do norte da França, 42% dos eleitores apoiaram Le Pen e apenas 15% escolheram Macron.
Agora, após uma campanha devagar no primeiro turno, Macron tenta recuperar terreno. Sendo seu maior obstáculo recuperar a confiança daqueles que o colocaram no poder.