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Forte taxa de participação marca eleições na França

Milhões de eleitores votam neste domingo (30/6) no primeiro turno das eleições legislativas antecipadas, após Macron dissolver o Parlamento

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Alain Pitton/NurPhoto via Getty Images
Toulouse: First Round Of The Legisltaive Elections
1 de 1 Toulouse: First Round Of The Legisltaive Elections - Foto: Alain Pitton/NurPhoto via Getty Images

A taxa de participação dos eleitores franceses era de 25,90% ao meio-dia deste domingo (30/6), em forte alta em comparação com os 18,43% registrados, no mesmo horário, nas eleições de 2022, segundo o Ministério do Interior da França. Em Paris, o índice de franceses que votaram no período da manhã dobrou, atingindo 25,48%, contra 12,26% há dois anos.

“Não pretendo votar em nenhum dos dois extremos, nem da direita, nem da esquerda, porque acredito que nenhum radicalismo seja bom. A meu ver, na história da França nós vimos que isso leva a uma situação de antissemitismo e fascismo”, opinou a farmacêutica Cynthia, de 36 anos.

“O que me motivou a vir votar hoje é o receio do avanço do extremismo. Espero que a gente alcance uma estabilidade política e também uma estabilidade econômica”, disse o garçom Jordan, de 37 anos.

Cerca de 49,5 milhões de pessoas estão aptas a votar. A taxa de participação pode ficar perto dos 67%, o que corresponde a pouco mais de 33 milhões de eleitores, número que seria 20% superior ao das últimas eleições legislativas, em 2022.

As eleições legislativas irão definir a nova composição da Assembleia Nacional, com 577 deputados, depois que o presidente Emmanuel Macron dissolveu o Assembleia Nacional no dia 9 de junho, logo após da vitória da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu.

O país parece tomado por um nervosismo entre os que têm a esperança de levar a extrema direita ao poder e aqueles que temem esse retrocesso e suas consequências.

Diante de uma votação marcada às pressas, no primeiro fim de semana das férias de verão, mais de 2,6 milhões de eleitores que tinham projetos de viagem registraram procurações para outras pessoas votarem por eles, um número quatro vezes maior do que há dois anos, segundo o Ministério do Interior.

Os principais temas da campanha foram imigração, direitos de estrangeiros, medidas para a melhoria do poder aquisitivo, dívida pública e a eventual revogação da reforma da Previdência que aumentou a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos.

Macron vota no norte do país

As primeiras personalidades políticas a votar foram a líder do partido ecologista, Marine Tondelier, o ex-primeiro-ministro de centro-direita Edouard Philippe, presidente do partido Horizonte, Manuel Bompard, líder da bancada do partido de esquerda França Insubmissa na Assembleia Nacional, o líder nacionalista em ascensão Jordan Bardella, presidente do partido Reunião Nacional (RN) fundado por Marine Le Pen, o primeiro-ministro Gabriel Attal, e o ex-presidente François Hollande, que concorre a uma vaga de deputado pela Nova Frente Popular de esquerda.

O presidente da República e a primeira-dama Brigitte Macron votaram logo depois do meio-dia em Le Touquet, cidade balneária da região norte do país. Sorridente, a primeira-dama, que tem sido vaiada em eventos desde que o chefe de Estado dissolveu a Assembleia, cumprimentou várias pessoas que aguardavam para votar na mesma seção eleitoral.

Depois de depositar seu voto na urna, Macron também parou alguns minutos para conversar com os eleitores que faziam fila.

Estimativas de resultados

Serão eleitos no primeiro turno os candidatos que conquistarem mais de 50% dos votos. Nos distritos onde nenhum concorrente alcançar esta votação, basta reunir mais de 12,5% dos votos para passar para o segundo turno, em 7 de julho.

Em sua última pesquisa, o instituto Ipsos previa segundo turno em cerca de 250 distritos com três candidatos para uma vaga. Esse é um dos pontos mais importantes a ser observado na noite de domingo. Saber se após negociações partidárias, haverá desistência do candidato republicano com menos chances de vencer, a fim de beneficiar o adversário com maior potencial para derrotar o representante da extrema direita.

Nas últimas duas eleições presidenciais, esse “cordão sanitário” republicano permitiu que Macron derrotasse duas vezes a rival Marine Le Pen no segundo turno. Muitos franceses, no entanto, não querem mais perpetuar essa forma de voto de bloqueio, que não traduz as escolhas que fizeram em função dos programas dos partidos no primeiro turno. Muitos eleitores estão convencidos de que essa prática fragilizou a democracia na França.

As primeiras estimativas de resultados serão divulgadas às 20h pelo horário local, 15h em Brasília.

Caso o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) e aliados confirmem nas urnas a vantagem contra a aliança de esquerda, em segundo lugar nas pesquisas, e o bloco de centro-direita, em terceiro, será a primeira vez em 80 anos que um partido antirrepublicano dirigirá a França.

Entretanto, o líder nacionalista Jordan Bardella, de 28 anos, disse que só aceitará o cargo de primeiro-ministro se o seu partido alcançar a maioria absoluta de 289 deputados eleitos na Assembleia Nacional.

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