Fome: uma criança é internada a cada minuto na Somália por desnutrição
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de metade da população do país está sofrendo com os impactos da seca
atualizado
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A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que a fome na Somália é a pior enfrentada no país em meio século. Segundo estimativas, cerca de 7,8 milhões de pessoas estão sendo afetadas pela seca no país, que dura desde 2020. Dessas, 213 mil estão em alto risco de fome.
Somente em agosto, 44 mil crianças foram internadas em hospitais do país por desnutrição aguda grave, que pode aumentar as chances de morte por doenças como diarreia e sarampo em até 11 vezes.
De acordo com o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder, o cenário é assustador e representa uma criança internada por minuto em decorrência de problemas de saúde causados pela fome na Somália. “Uma criança cuja mãe andou dias para conseguir ajuda para o filho. Uma criança cujo corpo está lutando para sobreviver. Uma criança cuja vida está na balança”, afirmou.
“As coisas estão ruins e todos os sinais indicam que vão piorar”, disse Elder, em entrevista coletiva.
Segundo representante da Unicef, é necessário que haja investimento para enfrentar os casos de mortalidade infantil e da fome no país, que já tomam uma escala “não vista em meio século”.
Para tentar controlar a crise, o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) anunciou que o financiamento para o combate da crise no país aumentou para US$ 2 bilhões. Segundo Jean Laerke, porta-voz do Ocha, cerca de 7,6 milhões de pessoas devem ser atingidas com a medida.