Fifa coloca sob suspeita quase metade das federações afiliadas
Auditores informam ainda que outras 80 federações estão sendo monitoradas por não seguir padrões mínimos de transparência ou contabilidade
atualizado
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As irregularidades e suspeitas de corrupção no futebol mundial atingem as federações nacionais. Essa constatação, feita por meio de auditoria, está impedindo a transferência, pela Fifa, de recursos para 23 entidades, todas elas sob suspeita de uso indevido de dinheiro ou falhas nos controles sobre os fluxos de caixa. Auditores informam ainda que outras 80 federações estão sendo monitoradas por não seguir padrões mínimos de transparência ou contabilidade em suas gestões.
Michael D’Hooge, um dos integrantes do Conselho da Fifa, confirmou ao jornal O Estado de S.Paulo a existência da lista de países que estão com contas congeladas. Mas nem ele nem a administração da entidade aceitaram revelar quais são, sob a justificativa de que a meta é “ajudar” essas associações a fazer suas reformas.
A constatação é de que a administração do futebol mundial não cumpre requisitos básicos de transparência. No total, 211 federações integram a “Família Fifa” e mais de 100 teriam algum tipo de problema.
Nesta semana, a CBF admitiu que enquanto a situação de seu presidente, Marco Polo Del Nero, não for definida na Justiça dos Estados Unidos, a Fifa não vai liberar recursos para a entidade – estimados em US$ 100 milhões (R$ 320 milhões). Na última quinta-feira, o presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, não garantiu sequer que o Brasil receba recursos previstos para esta temporada: cerca de US$ 1,5 milhão (R$ 4,8 milhões).
A “nova Fifa” decidiu endurecer o controle do destino do dinheiro diante do risco de ser declarada como “entidade criminosa” pela Justiça norte-americana. Seu objetivo é provar que é vítima desses cartolas e não autora das ilegalidades.
A postura chega no momento em que Gianni Infantino anuncia disposição de quadruplicar os recursos distribuídos aos dirigentes. A Fifa vai dividir US$ 4 bilhões (R$ 12,8 milhões). Para ex-membros da Fifa, o temor é de que, sem controle rígido, parte significativa desse dinheiro jamais chegue a atletas e torcedores.