Feirante de Wuhan foi o primeiro caso de Covid no mundo, diz cientista
O chefe de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Arizona é referência e um dos principais profissionais em rastrear vírus
atualizado
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Artigo do estudioso Michael Worobey demonstra que previsões dos primeiros casos da Covid-19 relatados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), podem ter se equivocado quanto à cronologia das infecções primárias. O documento dele foi publicado na quinta-feira (19/11), na revista científica Science.
De acordo com Worobey, o primeiro paciente da Covid foi uma vendedora de um grande mercado de animais de Wuhan, na China. Para a OMS, supostamente o primeiro caso atendido havia sido o de um contador, que morava bem longe da província chinesa.
Worobey é chefe de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Arizona. Também tornou-se referência e um dos principais profissionais em rastrear a evolução dos vírus.
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Ao The New York Times, Worobey disse que seria “muito difícil explicar o padrão, se o surto não tivesse começado no mercado” e que os indícios analisados por ele indicam fortemente que o contágio da doença começou no mercado.
“Nesta cidade de 11 milhões de habitantes, metade dos primeiros casos está ligada a um lugar do tamanho de um campo de futebol”, enfatizou o cientista.
Não foi em laboratório
Em fevereiro deste ano, a organização também desmentiu o boato de que o vírus poderia ter sido fabricado em laboratório, desmentido teorias de outros cientistas, que pregavam a confecção da doença no Instituto de Virologia de Wuhan.
O centro de pesquisas vinha sendo citado em teorias conspiratórias – citadas inclusive pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump – como o local de onde o vírus teria “escapado”.
Segundo o grupo de 10 especialistas enviados pela entidade para investigar como a emergência internacional de saúde pública teria começado, a teoria daria um “excelente roteiro para filmes e séries”.
No mesmo mês, os representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmaram que não há evidências suficientes que apontem a cidade chinesa de Wuhan como epicentro da pandemia de coronavírus. Uma comissão de 40 cientistas da OMS foi enviada ao mercado de frutos do mar de Huanan no dia 14 de janeiro, para investigar a origem do Sars-CoV-2.