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FDA sobre ivermectina contra Covid: “Você não é cavalo. Você não é vaca. Pare”

A agência norte-americana encarregada de avaliar medicamentos, a Anvisa dos EUA, rejeita fortemente medicamento divulgado por Bolsonaro

atualizado

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Prefeitura de Itajaí/Divulgação
ivermectina
1 de 1 ivermectina - Foto: Prefeitura de Itajaí/Divulgação

A Food and Drug Administration (FDA), que faz o papel da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos Estados Unidos, alertou, na manhã deste sábado (21/8), sobre o uso de ivermectina para tratamento da Covid-19. O remédio foi amplamente divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para tratar a doença, apesar de não haver comprovação científica nesse sentido.

“Você não é um cavalo. Você não é uma vaca. Sério, pessoal. Pare com isso”, advertiu a agência norte-americana, em uma rede social, ao compartilhar um artigo com o título “Por que você não deveria usar ivermectina para tratar ou se prevenir da Covid-19”.

No texto (leia aqui a íntegra, em inglês), a FDA informa ter recebido vários relatórios de pacientes que necessitaram de assistência médica e foram hospitalizados após se automedicarem com ivermectina destinada a cavalos.

A agência explica que o medicamento não é um antiviral (ou seja, não serve para tratamento de vírus) e que tomar grandes doses é perigoso e pode causar sérios danos para o paciente.

A ivermectina é usada para tratar vermes parasitas no intestino, além de piolhos e algumas doenças na pele. O medicamento também é usado em animais para prevenir dirofilariose (verme do coração) e certos parasitas internos e externos.

“O FDA não revisou dados para apoiar o uso de ivermectina em pacientes com Covid-19 para tratar ou prevenir Covid-19; no entanto, algumas pesquisas iniciais estão em andamento. Tomar um medicamento para um uso não aprovado pode ser muito perigoso. Isso também se aplica à ivermectina”, ressalta o órgão norte-americano.

“Há muita desinformação por aí, e você deve ter ouvido que não há problema em tomar grandes doses de ivermectina. Isso está errado”, complementa. A agência mostra também que até mesmo os níveis de ivermectina para usos aprovados podem interagir com outros medicamentos, como anticoagulantes.

“Também pode haver uma sobredosagem com ivermectina, que pode causar náuseas, vómitos, diarreia, hipotensão (tensão arterial baixa), reações alérgicas (comichão e urticária), tonturas, ataxia (problemas de equilíbrio), convulsões, coma e até morte”, detalha.

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Bolsonaro ergue caixa de cloroquina a apoiadores no Palácio da Alvorada em julho de 2020
Presidente com caixa de cloroquina em reunião do G20
Bolsonaro apresenta caixas de cloroquina a apoiadores e à imprensa, em abril de 2020
Outdoor apócrifo com Bolsonaro faz propaganda da cloroquina
Propagandeada pelo presidente Jair Bolsonaro, a cloroquina não tem sua eficácia contra a Covid-19 comprovada
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Bolsonaro faz live tradicional de quinta-feira e exibe a cloroquina

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Bolsonaro ergue caixa de cloroquina a apoiadores no Palácio da Alvorada em julho de 2020

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Presidente com caixa de cloroquina em reunião do G20

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Bolsonaro apresenta caixas de cloroquina a apoiadores e à imprensa, em abril de 2020

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Outdoor apócrifo com Bolsonaro faz propaganda da cloroquina

Divulgação/M.Gonçalves
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Propagandeada pelo presidente Jair Bolsonaro, a cloroquina não tem sua eficácia contra a Covid-19 comprovada

Reprodução/Twitter

O comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 decidiu, em almoço realizado no último dia 11, que vai sugerir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por charlatanismo e curandeirismo, além de publicidade enganosa. O indiciamento decorre da defesa do chefe do Executivo federal pelo uso de medicamentos ineficazes – como a ivermectina e a hidroxicloroquina – no tratamento da Covid.

Nessa terça-feira (17/8), o presidente negou ser charlatão ou curandeiro por ter divulgado suposto “tratamento precoce” contra o novo coronavírus. O mandatário da República disse ter oferecido apenas uma “alternativa”.

“O que foi que eu fiz: eu busquei maneira de atender ao povo. Mas não eu, capitão, o presidente Jair Bolsonaro. [A decisão foi tomada] junto com médicos, junto com embaixadores pelo mundo afora que nós temos. Não é que sou o charlatão, o curandeiro, nem inventei nada. Eu dei uma alternativa”, disse o presidente, em entrevista à Rádio Capital Notícia, de Cuiabá (MT).

“Você pode ver: a grande quantidade de medicamentos descobertos no Brasil são por acaso. Até a questão da disfunção erétil. Por acaso, descobriu-se aquilo que depois se chamou de Viagra. Tem um montão de velhos aí tendo filhos”, prosseguiu o mandatário.

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