FBI prende acusados de operar delegacia chinesa ilegal em Nova York
De acordo com FBI, suspeitos são acusados de “conspirar para atuar como agentes do governo da China”. A delegacia ilegal ficava em Chinatowm
atualizado
Compartilhar notícia
A polícia federal dos Estados Unidos (EUA) identificou uma delegacia de polícia chinesa ilegal em Manhattan, Nova York. O FBI apreendeu dois suspeitos de “conspirar para atuar como agentes do governo da China” e “obstruir a Justiça ao destruir evidências”.
De acordo com a Procuradoria dos EUA para o Distrito Leste de Nova York, a organização clandestina ficava localizada em Chinatown — bairro com uma grande presença e influência de imigrantes asiáticos —, e não tinha licença para funcionar.
A denúncia contra os suspeitos foi aberta nesta segunda-feira (17/4), no Tribunal Federal no Brooklyn (NY). A queixa acusou dois homens de fundar e operar uma delegacia ilegal para uma filial do Ministério de Segurança Pública (MPS) da China.
“Os réus trabalharam juntos para estabelecer a primeira delegacia de polícia no exterior nos Estados Unidos em nome da filial de Fuzhou do MPS”, diz trecho do comunicado do FBI. Em outubro de 2022, o FBI realizou uma busca judicialmente autorizada na delegacia ilegal.
No local, foram identificados os suspeitos “Harry” Lu Jianwang, 61 anos, e Chen Jinping, 59. Conforme a polícia, a dupla destruiu provas antes da apreensão dos celulares feita pelo FBI. Durante os interrogatórios, ambos admitiram aos agentes que haviam apagado as conversas com um oficial do MPS chinês após terem o conhecimento das investigações.
Caso sejam condenados por agir como agentes da China, Lu e Chen podem receber uma pena máxima de cinco anos de prisão. Já a acusação de obstrução da Justiça chega a 20 anos de detenção.
Segundo investigações, 34 oficiais da Polícia Nacional da China também foram denunciados por “repressão transnacional”. A delegacia fechou no outono de 2022 depois que os suspeitos tiveram conhecimento das investigações do FBI.
Relação EUA x China
“A China, por meio de seu aparato repressivo de segurança, estabeleceu uma presença física secreta na cidade de Nova York para monitorar e intimidar dissidentes e críticos de seu governo”, disse o procurador-geral adjunto Matthew G. Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça.
Para Olsen, as ações da China vão “muito além dos limites da conduta aceitável”. Ele reafirmou que os EUA defenderá “resolutamente as liberdades de todos os que vivem em nosso país” contra a ameaça da “repressão autoritária”.
O caso ocorre após um clima de tensão diplomática entre os EUA e a China, nos últimos anos. No ínicio de 2023, o caso do balão “espião” chinês que sobrevoou o território aéreo norte-americano enfraqueceu ainda mais a relação entre os países.