FBI faz buscas em resort de Trump: “Arrombaram até meu cofre”
Investigado por seu papel em invasão do Capitólio, ex-presidente dos EUA criticou ação: “Abuso como os que acontecem em países do 3º mundo”
atualizado
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Banido das grandes redes sociais desde seu embate contra o sistema eleitoral norte-americano em 2021, o magnata Donald Trump, ex-presidente do país, usou sua própria plataforma para anunciar, na noite desta segunda-feira (8/8), que o resort de luxo onde ele vive é alvo de uma operação de busca e apreensão realizada pelo FBI, a polícia federal local.
“Estes são tempos sombrios para nossa nação, pois minha bela casa, [o resort Mar-A-Lago, na Flórida], está atualmente sitiada, invadida e ocupada por um grande grupo de agentes do FBI”, escreveu Trump. “Nada parecido com isso jamais aconteceu com um presidente dos Estados Unidos antes. Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais, essa invasão não anunciada em minha casa foi desnecessária e inapropriada”.
Trump entrou na mira das autoridades federais dos EUA após uma comissão no Congresso do país, uma espécie de CPI, encontrou indícios de participação do ex-presidente na tentativa de insurreição em 6 de janeiro do ano passado, quando o prédio do Capitólio foi invadido por militantes insatisfeitos com o resultado da eleição vencida por Joe Biden. A invasão não teve sucesso em impedir a confirmação da vitória do atual presidente, mas fragilizou a democracia nos EUA e acabou com cinco mortos.
Para Trump, porém, a operação desta segunda tem contexto político. “É má conduta do Ministério Público, e uso do sistema de justiça como arma. Um ataque de democratas da esquerda radical, que desesperadamente não querem que eu concorra à presidência em 2024”, acusou ele.
“Tal abuso só poderia ocorrer em países quebrados do Terceiro Mundo. Infelizmente, a América agora se tornou um desses países, corrupto em um nível nunca visto antes. Eles até arrombaram meu cofre”, continuou Trump, em nota também distribuída a veículos de imprensa nos EUA, como a emissora CNN.
A Justiça dos EUA, no entanto, não se manifestou sobre o cumprimento do mandato de busca e nem informou por quais supostos crimes Trump é investigado.