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FAO: solos saudáveis são essenciais para alcançar o Fome Zero

Diretor-geral de órgão da ONU, José Graziano da Silva fez alerta no Congresso Mundial de Ciências do Solo

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FAO/Divulgação
José Graziano da Silva FAO ONU
1 de 1 José Graziano da Silva FAO ONU - Foto: FAO/Divulgação

Melhorar a saúde dos solos mundiais é essencial para alcançar as Metas de Desenvolvimento Sustentável, incluindo o Fome Zero e o combate às mudanças climáticas e seus impactos, disse o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, no Congresso Mundial de Ciências do Solo.

Em uma mensagem de vídeo para o evento, que conta com a participação de mais de 2 mil cientistas de todo o mundo, Graziano da Silva observou que aproximadamente um terço do solo da Terra está degradado.

“A degradação do solo afeta a produção de alimentos, causando fome e desnutrição, amplificando a volatilidade dos preços dos alimentos, forçando o abandono da terra e levando milhões de migrantes involuntários à pobreza”, alertou.

O relatório Situação Mundial dos recursos do Solo, da FAO, identificou 10 grandes ameaças às funções do solo, incluindo erosão, desequilíbrio de nutrientes, perdas de carbono e biodiversidade do solo, acidificação, contaminação, salinização e compactação do solo.

Graziano da Silva ressaltou a importância da gestão sustentável do solo como “parte essencial da equação do Fome Zero” em um mundo onde mais de 815 milhões de pessoas sofrem com a fome e a desnutrição.

Solos e mudança climática
“Embora os solos estejam escondidos e, frequentemente, esquecidos, contamos com eles para nossas atividades diárias e para o futuro do planeta”, afirmou o diretor-geral da FAO, ressaltando o importante papel que os solos podem desempenhar como apoio aos esforços dos países em mitigar ou adaptar-se às mudanças climáticas.

Em particular, Graziano da Silva apontou para o potencial dos solos no sequestro e armazenamento de carbono, o que foi documentado em um mapa global de carbono orgânico do solo (global soil organic carbon map) divulgado pela FAO. “Manter e aumentar o estoque de carbono no solo deve se tornar uma prioridade”, frisou.

Ele também observou como os solos atuam como filtros de contaminantes, impedindo sua entrada na cadeia alimentar e nas massas de água como rios, lagos, mares e oceanos. Esse potencial, porém, é limitado quando a contaminação excede a capacidade dos solos de lidar com a poluição.

Parceria global do solo
Em sua mensagem, Graziano da Silva apontou para a Global Soil Partnership, na qual a FAO trabalha com governos e outros parceiros para construir capacidade técnica e trocar conhecimentos sobre a saúde do solo.

“Façamos do solo um veículo de prosperidade e paz e mostremos a contribuição dos solos para alcançar as Metas de Desenvolvimento Sustentável”, finalizou o diretor-geral da FAO.

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