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Fake news aumentam caos após enchentes mortais na Espanha

Chefe dos bombeiros declara “que o grande volume de notícias falsas está causando problemas na ordem pública”

atualizado

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Alex Juarez/Anadolu via Getty Images
Enchentes na Espanha deixam pelo menos 62 mortos
1 de 1 Enchentes na Espanha deixam pelo menos 62 mortos - Foto: Alex Juarez/Anadolu via Getty Images

Após o desastre natural que atingiu a Espanha no último dia 29, e que matou pelo menos 217 pessoas e deixou dezenas de outras desaparecidas, houve não apenas um dilúvio, mas também uma onda de informações equivocadas, falsas e exageradas, além de alarmes falsos nas redes sociais, aumentando o caos.

O primeiro a apontar o terrível perigo das notícias nessas redes sociais foi José Miguel Basset, chefe dos bombeiros da província. “O grande volume de notícias falsas está causando problemas de ordem pública e interrompendo o trabalho dos serviços de emergência”, diz ele.

Uma infinidade de fake news circulou, por exemplo, afirmando que um município inteiro seria evacuado, ou que em cidades como Sedavi ou Alfafar havia avenidas de água causando mais vítimas, ou que o número de emergência, 112, havia parado de funcionar.

Notícia perigosa

A extrema-direita, em particular, e inúmeros usuários da Internet que são facilmente seduzidos por teorias da conspiração, têm divulgado uma notícia falsa extremamente perigosa dizendo que barragens próximas de Valência romperam.

Tudo começou com um alerta falso no WhatsApp, posteriormente retransmitido por várias redes sociais, alegando que várias represas, incluindo as de Manises e Benagéber, haviam se rompido e que outro tsunami de água estava prestes a cair sobre Valência e arredores.

Mas não parou por aí, pois vários membros do Vox, o partido de extrema-direita da Espanha, alimentaram a ideia totalmente insana de que as enchentes e a água alta se deviam ao fato de o governo espanhol ter aberto conscientemente as comportas de uma grande represa. O líder do Vox, Santiago Abascal, acusou os socialistas (no poder no governo da região) de terem acabado com os reservatórios de água no país, a causa da tragédia.

Entretanto, em uma incrível demonstração de solidariedade, milhares de voluntários ajudaram a população local a limpar as ruas e garagens. Mas, em alguns casos, eles foram impedidos de entrar porque estavam bloqueando o acesso das equipes de resgate.

Raiva entre as vítimas do desastre

As vítimas do desastre demonstraram a sua raiva em Paiporta, o epicentro do desastre, contra o rei Felipe VI e a rainha Letizia. A multidão os insultou com gritos de “ assassinos ” e jogou lama neles. O casal real escapou ileso, mas decidiu interromper seu programa de visitas a outras áreas afetadas por precaução.

Leia mais reportagens como essa no RFI, parceiro do Metrópoles.

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