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1 de 1 Imagem colorida mostra Ex-ministro da Defesa da Ucrânia Oleksii Reznikov - Metrópoles
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Oleksii Reznikov, ex-ministro da Defesa da Ucrânia, afirmou que não existe negociação com a Rússia e que Vladimir Putin quer destruir o país vizinho, que invadiu em fevereiro do ano passado, para “assimilar” os cidadãos. “A Rússia exige o reconhecimento dos territórios ocupados da Ucrânia como seu território em troca do fim da guerra”, apontou o militar.
De acordo com artigo escrito por Reznikov para o jornal britânico The Guardian, Putin, quando fala em acordo, só quer ganhar tempo para se recuperar e que ele não quer reconhecer a existência da Ucrânia.
“Seu objetivo é a destruição do Estado ucraniano e a assimilação dos ucranianos”, escreveu o ex-ministro. “Deixar a Rússia obter os recursos da Ucrânia […] só aumentará as ambições do Kremlin e levará a uma nova grande guerra na Europa Oriental, que envolverá inevitavelmente a Otan – com todos os riscos resultantes”, continuou.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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Por isso, ele diz que o único modo de evitar uma 3ª Guerra Mundial é a união de outras nações contra a Rússia, voltar às fronteiras da Ucrânia em 1991, retirar as tropas russas, reparações e punir “criminosos de guerra”.
“Peço unidade, coragem e ação consolidada. Essa é a única maneira de salvarmos este mundo da catástrofe da 3ª Guerra Mundial”, termina o militar.
Reznikov deixou o cargo na última segunda-feira (5/9), afastado pelo presidente Volodymyr Zelensky. A saída se deve a escândalos em compras do Ministério da Defesa ucraniano. Apesar de ele não estar envolvido no esquema, o governo achou melhor afastá-lo.
A contra-ofensiva da Ucrânia, de acordo com analistas internacionais, não tem feito progressões consideráveis. O sul do país, por exemplo, continua sob custódia da Rússia desde o ano passado.
Mas o discurso de Reznikov coincide com a análise do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Ele esteve na Ucrânia na última quarta-feira (6/9), com a promessa de 1 bilhão de dólares em nova ajuda militar e afirmou que o avanço diplomático em relação a Moscou é de poucas perspectivas.
Do mesmo modo, outros aliados ucranianos afirmam que o país precisa de dar passos para trás a fim de evitar a continuação do conflito. Stian Jenssen, assessor da Otan, disse há algumas semanas que Kiev teria que ceder terras à Rússia para chegar à paz. Horas depois, teve que pedir desculpas.