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Ex-escrava sexual e ginecologista ganham prêmio Nobel da Paz de 2018

Nadia Murad e Denis Mukwege foram escolhidos pelos cinco membros do comitê norueguês entre os 331 candidatos

atualizado

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1 de 1 nadia murad - Foto: Reprodução/YouTube

O ginecologista Denis Mukwege, que trata mulheres estupradas na República Democrática do Congo, e Nadia Murad, mulher yazidi ex-escrava sexual do grupo terrorista Estado Islâmico, destaque na luta contra o tráfico sexual de mulheres, receberam o prêmio Nobel da Paz de 2018.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (5/10) em Oslo, na Noruega, confirmando a ascensão do tema da violência contra as mulheres e da igualdade de gêneros como uma das preocupações maiores da época contemporânea.

 

Nadia, de 25 anos, é uma defensora da minoria Yazidi no Iraque, de refugiados e dos direitos das mulheres em geral. Ela foi escravizada e estuprada por combatentes do EI em Mossul em 2014, durante a ocupação de territórios da Síria e do Iraque pelo movimento terrorista muçulmano.

Mukwege, de 63 anos, é o chefe do Hospital Panzi, na cidade de Bukavu. Aberta em 1999, a clínica recebe milhares de mulheres anualmente, muitas das quais solicitando cirurgias em decorrência de violência sexual.

Ambos foram recompensados “por seus esforços para colocar fim ao emprego das violências sexuais como arma de guerra”, segundo o comunicado do júri de Oslo. A distinção de dois ativistas da questão de gênero mostra a força da mobilização internacional gerada desde 2017 em torno do tema da violência cometida contra as mulheres.

Por trás da escolha da Academia, estão também a campanha #MeToo, que trouxe à tona a extensão do problema das agressões sexuais e do assédio às mulheres, assim como uma reação do mundo acadêmico nórdico ao escândalo que abalou a própria credibilidade do Nobel, e que envolveu casos de omissão de membros da academia sueca responsável pela entrega do Prêmio Nobel de Literatura – cancelado em sua edição de 2018.

Os cinco membros do comitê norueguês tiveram que decidir entre os 331 candidatos (individuais ou organizações). O anúncio era um dos mais esperados desta edição dos prêmios Nobel, que não contou com seu prêmio mais prestigiado – ao lado do da Paz -, o de Literatura, adiado em um ano em razão de um escândalo sexual que sacudiu a Academia.

Apostas
Nas casas de apostas, o jogo parecia claro: vários portais viam o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, como grandes favoritos pela reaproximação entre os dois países.

Outro favorito inesperado nas apostas era o presidente americano, Donald Trump. Com um prêmio de 7 para 1, o site Betsson dava a Trump dez chances mais de ganhar o prêmio do que outros líderes internacionais como o francês Emmanuel Macron, a britânica Theresa May ou o russo Vladimir Putin.

Mais prudentes, mas não necessariamente mais corretos em suas previsões, grande parte dos especialistas em prêmio Nobel apostavam nos defensores da luta contra a violência sexual, em pleno destaque com o movimento #MeToo.

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