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Eutanásia: morre de mão dada casal que viveu junto por 70 anos

O casal optou pela eutanásia e morreu de mãos dadas em um hospital no leste da Holanda há duas semanas. Eles tinham 93 anos

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Eugenie e Dries van Agt decidiram pela eutanásia e morreram de mãos dadas
1 de 1 Eugenie e Dries van Agt decidiram pela eutanásia e morreram de mãos dadas - Foto: Reprodução/Vídeo/YouTube/Speed News TV

Dries Van Agt, ex-primeiro ministro holandês, e sua esposa Eugenie escolheram morrer juntos e de mãos dadas por eutanásia na Holanda. O casal faleceu em um hospital localizado no leste do país há cerca de duas semanas, no dia 5 de fevereiro.

Ambos com 93 anos, o casal que viveu mais de 70 anos juntos, optou pela chamada “eutanásia dupla” devido à deterioração progressiva de sua saúde. O ex-ministro tinha sequelas de uma hemorragia cerebral que teve em 2019. Eugenie escolheu não viver sem o marido. Juntos, eles morreram assistidos por médicos.

Mais de 70 anos juntos

Andreas (Dries) van Agt e Eugenie Krekelberg estavam juntos havia mais de 70 anos, desde que se conheceram como estudantes de arte em Nijmegen, no leste da Holanda. Eles se casaram pouco tempo depois e se tornaram inseparáveis ​​desde então.

Nascido em 1931, Dries van Agt foi criado num ambiente católico e, depois de se formar em direito e trabalhar como advogado nos Ministérios da Agricultura e Pesca e da Justiça, entrou para a carreira política.

Ele foi ministro da Justiça (1971-1977) e das Relações Exteriores (1982). Exerceu o cargo de primeiro-ministro em três gabinetes do governo holandês entre 1977 e 1982. Na sequência, foi nomeado embaixador da União Europeia no Japão e nos Estados Unidos.

Eugenie acompanhou o marido e o aconselhou ao longo de sua extensa carreira política — sempre aparecia ao seu lado em eventos locais e internacionais em que ambos participavam como figuras públicas.

Ela também esteve ao lado do marido quando ele fundou o The Rights Forum, em 2009, uma organização dedicada à busca de uma solução pacífica entre palestinos e israelenses.

Van Agt escreveu inúmeros artigos e dois livros sobre o que considerava a “injustiça” em que vive o povo palestino.

Saúde prejudicada e decisão por eutanásia

Em 2019, o ex-primeiro-ministro sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), do qual se recuperou parcialmente.

Embora tenha continuado tratando da questão palestina, escreveu o The Rights Forum, ele se sentiu frustrado porque “sua criatividade, concentração e capacidade de fazer discursos haviam sido afetadas”.

A saúde de sua companheira, Eugenie, também havia piorado e, como tinham certeza de que não queriam viver um sem o outro, ambos tomaram a decisão de se submeterem juntos à eutanásia, aos 93 anos, no dia 5 de fevereiro.

O atual primeiro-ministro interino da Holanda, Mark Rutte, prestou uma comovente homenagem a Van Agt, a quem chamou de “tataravô político”. A família real holandesa destacou a sua “personalidade marcante e estilo rebuscado”.

O casal, que deixa três filhos, foi sepultado em Nijmegen, cidade onde os dois se conheceram.

A eutanásia e o suicídio assistido são permitidos desde 2002 na Holanda. A eutanásia dupla é uma tendência recente que vem crescendo no país, onde alguns casais já conseguiram realizar o desejo de morrer juntos, geralmente por meio de uma dose letal de um remédio.

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