EUA: Republicanos defendem que Trump está ‘entrando nos eixos’
Pesquisas agora mostram Trump 5 pontos porcentuais ou mais atrás de Clinton em nível nacional. Com isso, o candidato foi enquadrado e baixou o tom nos seus discursos que ofendiam minorias
atualizado
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Após diversas gafes e com pesquisas mostrando a queda das intenções de voto em Donald Trump, representantes da campanha republicana e membros do partido insistiram neste domingo que seu candidato presidencial está entrando no caminho certo e vai alcançar a democrata Hillary Clinton no próximo mês. Representantes da campanha de Clinton, por sua vez, consideraram a ideia de um Trump mudado como um absurdo.
“Donald Trump tem sido disciplinado e maduro. E acho que ele vai levar isso de volta aos trilhos”, disse Reince Priebus, presidente do Comitê Republicano Nacional.
Pesquisas agora mostram Trump 5 pontos porcentuais ou mais atrás de Clinton em nível nacional, mas Priebus previu que a diferença vai apertar e Trump estará “à frente à medida que avançamos em setembro”.
A nova gerente de campanha de Trump, Kellyanne Conway, ecoou o otimismo Priebus, alegando que o candidato teve a melhor semana de sua campanha, “principalmente porque ele foi capaz de ser ele mesmo, o autêntico Donald Trump”.
Conway, que apoiou o rival de Trump Ted Cruz durante as primárias, foi nomeada para seu posto na semana passada em uma movimentação em que o presidente campanha, Paul Manafort, renunciou e o executivo de mídia Stephen Bannon assumiu o cargo de chefe de campanha.
Um novo estilo ficou imediatamente evidente, com Trump lamentando qualquer comentário que tenha ofendido, preso a seu teleprompter em uma série de eventos, e fazendo uma visita à inundada Louisiana, na qual ele brevemente ajudou a descarregar um caminhão de suprimentos. Esse tipo de interação pessoal com eleitores é utilizada em muitas campanhas políticas, mas é algo que Trump evitava, preferindo grandes comícios.
Trump também se reuniu no sábado com apoiadores hispânicos, representantes de uma comunidade que tem sido cautelosa em relação às propostas do bilionário, como a de construir um muro gigante na fronteira entre Estados Unidos e México e deportar as 11 milhões de pessoas que vivem no país ilegalmente. Questionada se Trump ainda pretendia implantar uma “força de deportação” para realizar sua proposta, Conway disse no domingo isso “deve ser definido”.
Conway, cujo histórico é de pesquisadora, disse que a campanha quer fugir do foco na personalidade de Trump e salientar as realizações da administração Obama, indicando Hillary Clinton como uma continuação do que descreve como políticas impopulares, como a lei de saúde de Obama.
“A equipe de Hillary quer que tudo seja sobre tom e temperamento Nós também queremos que seja sobre fatos e números”, disse Conway. Ela afirmou que a campanha iria tentar expandir o mapa de estados decisivos competitivos de sete ou oito para 10 ou 11. “Donald Trump está de volta na cabeça de Hillary Clinton”, disse Conway.
O gerente de campanha de Clinton, Robby Mook, contestou tais afirmações. “Não estamos vendo uma mudança. O próprio Donald Trump disse que isso não era uma mudança”, disse. Ele manteve suas críticas sobre as conexões de Trump com a Rússia, argumentando que apesar da saída de Manafort em meio a dúvidas sobre seu trabalho para um partido político pró-Rússia na Ucrânia, Trump deve oferecer uma prestação de contas sobre seus próprios laços com a Rússia.