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EUA reage à 2ª ameaça nuclear russa: “Cúmulo da irresponsabilidade”

Em entrevista à Al Jazeera, chanceler russo disse que uma hipotética terceira guerra mundial seria “nuclear e devastadora”

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President Biden Delivers Remarks On Progress In Fight Against COVID-19 Pandemic
1 de 1 President Biden Delivers Remarks On Progress In Fight Against COVID-19 Pandemic - Foto: Win McNamee/Getty Images

Após a repercussão da fala do chanceler russo de que uma hipotética terceira guerra mundial seria “nuclear e devastadora”, o alto escalão do governo norte-americano reagiu à nova investida da Rússia sobre o tema – No último domingo (27/2), o presidente Vladimir Putin já havia ordenado que os ministros colocassem as forças nucleares em “regime especial de alerta”.

O presidente Joe Biden e o secretário de Estado, Antony Blinken, fizeram declarações repudiando o comportamento do presidente russo, Vladimir Putin.

Devastadora. Esse foi o termo usado pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta quarta-feira (2/3), em entrevista à TV Al Jazeera, canal transmitido no Catar, para comentar o que seria um conflito dessa proporção.

“A terceira guerra mundial seria uma guerra nuclear devastadora”, disse o diplomata russo. Há sete dias, a Rússia faz bombardeios massivos contra os ucranianos.

A reação mais contundente veio de Blinken. O chefe da diplomacia dos EUA classificou a declaração como “provocativa” e “o cúmulo da irresponsabilidade”.

O chefe da diplomacia norte-americana,, qualificou a retórica nuclear de Vladimir Putin como, dias depois de o presidente russo colocar em alerta suas forças estratégicas após invadir a Ucrânia.

“[Essa retórica] é perigosa, aumenta o risco de erros de cálculo e deve ser evitada”, ponderou, em entrevista transmitida ao vivo de Washington.

“Ele errou”

Biden, que fez ao menos duas declarações condenando a Rússia em menos de 24 horas, também foi perguntado sobre o tema.

Resumidamente o líder norte-americano ponderou: “Putin achou que poderia nos dividir, mas ele errou”.

Ordem de Putin

Putin reuniu-se, no domingo (27/2), com os seus ministros da Defesa, Serguei Choigu, e do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin.

Numa primeira declaração sobre o tema, o mandatário ordenou que os ministros colocassem as forças nucleares em “regime especial de alerta”, conforme divulgado pela agência de notícias russa Tass.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Em meio à troca de acusações, os Estados Unidos dizem que há uma ameaça "iminente" de Moscou a Kiev e enviaram mais de 8 mil soldados para a Europa Oriental

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Putin reconheceu oficialmente a independência de duas regiões da Ucrânia controladas por separatistas pró-Rússia. Poucas horas depois, anunciou o envio de soldados para Donetsk e Luhansk, com a suposta missão de pacificar a área

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Como resposta, a União Europeia e os Estados Unidos proibiram transações econômicas com bancos e entidades que financiam o aparato militar da Rússia. As medidas atingem políticos russos, bancos, o setor de defesa e de mercados de capitais

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O Ministério das Relações Exteriores russo informou que evacuou os últimos diplomatas em serviço no país vizinho. Para a chancelaria de Putin, os diplomatas russos correm risco de sofrer violência

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Sob risco de invasão, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu mais armas aos países do Ocidente. Ele defendeu que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia

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ONU

O bate-rebate ocorreu horas após uma reunião emergencial em que a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou resolução contra a Rússia e Putin pela invasão e pelos bombardeios na Ucrânia.

Dos 193 países, 141 votaram a favor, cinco contra e 35 se abstiveram. Eram necessários dois terços para a aprovação. Esta é mais uma da série de sanções que a comunidade internacional tem aplicado contra a Rússia, na tentativa de conter o embate.

O conflito parece não ter fim. A reunião entre representantes da Ucrânia e da Rússia, até então marcada para esta quarta, com o objetivo de chegar a um acordo de cessar-fogo nos confrontos do Leste Europeu, acabou adiada. Esta seria a segunda vez que os dois países se sentariam à mesa de negociação. A primeira reunião fracassou. Ainda não foi divulgada data para nova conversa.

Avanço russo

A Rússia intensificou a ação de suas tropas e já pressiona ao menos 16 cidades ucranianas. Essas províncias sofrem bombardeios massivos, para viabilizar a tomada de poder pelo Exército do presidente Putin.

Nas últimas horas, Kiev, Kharkiv, Kherson e Mariupol enfrentaram as situações mais dramáticas. Civis são o alvo da ação militar, e a Ucrânia já fala em 2 mil mortos.

O Exército russo ampliou o megacomboio que cercará Kiev, capital ucraniana e centro do poder do país. As tropas, que cobrem um extensão de 64 quilômetros, aproximam-se da cidade.

O megacomboio é formado por tanques, peças de artilharia, veículos de transporte, contêineres com armas e outros equipamentos de logística militar. O grupo está ao redor do aeroporto de Antonov, distante 25 quilômetros do centro de Kiev.

Mapa regiões atacadas Ucrânia
Mapa ilustra os locais onde o país foi atacado

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