EUA: porta-voz de Biden afirma que não há data para conversar com o Brasil
O presidente Jair Bolsonaro enviou nesta quarta-feira (20/1) uma carta cumprimentando o novo ocupante da Casa Branca
atualizado
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Passado pouco mais de um mês depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) finalmente reconheceu a vitória do democrata Joe Biden sobre o republicano Donald Trump nas eleições dos EUA, o novo ocupante da Casa Branca parece não ter pressa em estabelecer relações com o Brasil. De acordo com informações do O Globo, o norte-americano tem planos de ligar para vários líderes mundiais nos próximos dias, mas o brasileiro não será uma prioridade.
A afirmativa foi feita pela porta-voz do governo dos Estados Unidos, Jen Psaki (foto em destaque), nesta quarta-feira (20/1), em sua primeira entrevista coletiva na Casa Branca. “Não há data para conversar com o Brasil”, disse Psaki.
A porta-voz afirmou ainda que a agenda ambiental será uma das prioridades do novo governo. “Teremos mais o que falar sobre o Brasil nos próximos meses”, disse.
Biden já havia criticado a forma como o atual governo brasileiro lida com a Amazônia durante debate eleitoral em setembro de 2020. Na ocasião, o norte-americano sugeriu “consequências econômicas” contra o Brasil caso a devastação da floresta amazônica prossiga.
“A Floresta Amazônica no Brasil está sendo destruída, arrancada. Mais gás carbônico é absorvido ali do que todo o carbono emitido pelos EUA. Eu tentarei ter a certeza de fazer com que os países ao redor do mundo levantem US$ 20 bilhões e digam (ao Brasil): ‘Aqui estão US$ 20 bilhões, pare de devastar a floresta. Se você não parar, vai enfrentar consequências econômicas significativas'”, afirmou Biden na ocasião.
À época, Bolsonaro, que torceu pela vitória de Trump, reagiu: “Vi um vídeo de um comentarista, dos números que ele [Biden] falava no debate não batia coisa com coisa, falava uns absurdos… E ele querendo romper até o relacionamento com o Brasil por causa da Amazônia”.
Baixou tom
Nesta quarta, dia da posse de Biden como o 46º presidente dos EUA, Bolsonaro amenizou o tom. O brasileiro enviou uma carta cumprimentando o norte-americano. Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que Brasil e Estados Unidos têm longa e sólida relação, baseada “em valores elevados”.
“Sigo empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade de nossas nações e o bem-estar de nossos cidadãos”, escreveu.