metropoles.com

EUA pode usar meios que não a diplomacia, diz chanceler sobre a Rússia

A fala mais agressiva ocorre no momento que os Estados Unidos isolam a Rússia do mercado global de petróleo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Ron Przysucha/State Department
Imagem colorida de Antony Blinken - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Antony Blinken - Metrópoles - Foto: Ron Przysucha/State Department

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, advertiu, sem detalhar, que os Estados Unidos podem usar outros meios que não a diplomacia, caso a Rússia não interrompa os bombardeios contra a Ucrânia.

As declarações do chefe da diplomacia norte-americana foram dadas em meio a visitas a Lituânia, Letônia e Estônia por causa da guerra.

Blinken disse que o país está “preparado” se a diplomacia não funcionar. “Estamos agindo sobre isso em nosso apoio à Ucrânia para garantir que exercemos pressão máxima sobre Putin [presidente russo, Vladimir Putin] para acabar com a guerra. Estamos preparados para isso em termos de garantir que nossa aliança seja forte e preparada para defender cada centímetro do território da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, resumiu.

A fala mais agressiva ocorre no momento que os Estados Unidos isolam a Rússia do mercado global de petróleo.

O governo russo ameaçou parar de vender gás à Europa se tiver petróleo boicotado no mercado internacional. Líder na produção mundial, a Rússia enfrenta sanções econômicas de países do Ocidente, como uma tentativa de frear a guerra na Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que deve proibir as importações do produto da Rússia ainda nesta terça-feira (8/3).

O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, chegou a afirmar que essa sanção mundial poderia fazer com que o preço do barril chegasse a US$ 300. Por volta das 11h de hoje, o petróleo Brent atingiu o preço de US$ 128,90.

Assim, o Kremlin, sede do governo russo, disse que pode fechar o principal duto de gás do país, até a Alemanha, se os países do Ocidente proibirem a compra de petróleo russo.

13 imagens
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
1 de 13

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
2 de 13

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
3 de 13

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
4 de 13

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
5 de 13

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
6 de 13

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
7 de 13

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
8 de 13

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
9 de 13

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
10 de 13

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
11 de 13

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
12 de 13

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
13 de 13

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Cerca de 40% do gás e de 30% do petróleo consumidos na União Europeia são de origem russa, segundo a BBC. A Rússia é o maior exportador de óleo e gás natural do mundo.

Os Estados Unidos estudam comprar o produto da Venezuela, do Irã e da Arábia Saudita, com o objetivo de isolar o presidente Vladimir Putin. Segundo a agência internacional de notícias Bloomberg, o mandatário norte-americano, Joe Biden, já está decidido a proibir a compra do petróleo russo.

Nenhum conflito armado tem efeitos restritos ao front. Quando o assunto é economia, o mundo assiste à disparada do preço do petróleo e se preocupa.

“Consequências catastróficas”

Uma rejeição do óleo russo pode levar a consequências catastróficas para o mercado global, disse o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak. Segundo ele, o preço do barril poderia mais do que dobrar e chegar a US$ 300.

Apesar da tensão no mercado, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammad Sanusi Barkindo, admite que a entidade precisa ajudar todos os países parceiros, mas avalia que a ameaça russa vai “evaporar” pelo mercado.

O governo ucraniano confirmou que civis já fogem de duas cidades. Eles usam os corredores verdes, que são rotas humanitárias nas quais não há bombardeios.

Nesta terça-feira (8/3), em pronunciamento gravado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zenlensky, reafirmou que está em Kiev, capital e coração do poder, e passou uma mensagem de esperança.

A saída de civis pelos corredores humanitários começou pelas cidades de Sumy e Irpin. As primeiras fugas ocorreram por vota das 4h30, pelo horário de Brasília. “Mais de 150 pessoas foram retiradas, e as evacuações continuam acontecendo”, disse Oleksiy Kuleba, governador de Kiev.

Segundo o Ministério de Defesa da Rússia, nesta terça-feira foram abertos corredores humanitários para que os moradores de Kiev, Kharkiv, Mariupol, Chernigov e Sumy pudessem sair com segurança das cidades.

Zelensky gravou pronunciamento nas ruas de Kiev, em frente a barricadas. “A primavera é parecida com a guerra. A primavera é dura, mas vai ficar tudo bem. Vamos vencer”, frisou.

Onda de refugiados

O bombardeio russo começou em 24 de fevereiro. O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que o número de refugiados da Ucrânia chegou a 2 milhões.

Filippo Grandi, o líder da Acnur, visitou países que têm recebido ucranianos, como a Polônia, a Romênia e a Moldávia.

“Em outras regiões do mundo, sim, observamos este cenário, mas na Europa é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial”, afirmou.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?