EUA busca articular “pausa humanitária” de Israel em Gaza nesta 6ª
Os EUA deixaram claro que não querem um cessar-fogo, mas sim uma pausa “temporária” nos conflitos na região, com foco nos civis
atualizado
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A “pausa humanitária” nos bombardeios de Israel na Faixa de Gaza, mencionada pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, na última quinta-feira (2/11), será discutida pelo secretário dos EUA, Antony Blinken, que pousou nesta sexta-feira (3/11) em Tel Aviv, em Israel. Pelo menos essa é a expectativa da Casa Branca.
Outras autoridades norte-americanas, como o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, reforçaram que os EUA não estão articulando por um cessar-fogo, e sim uma pausa “temporária e localizada”.
“Quando vejo uma criança palestina – um menino, uma menina – retirada dos escombros de um prédio desabado, isso me atinge tanto no estômago quanto ver uma criança de Israel ou de qualquer outro lugar”, afirmou Blinken, antes de decolar.
A expectativa é de que Blinken ao menos articule passos para minimizar os danos aos civis na Faixa de Gaza, durante sua visita à Israel.
Além disso, os brasileiros que estão em Gaza seguem fora da lista de estrangeiros permitidos de deixar a região através da fronteira com o Egito, por meio da passagem de Rafah. Essa situação se estende desde a última quarta-feira (1º/11), e o Itamaraty enviará, ainda nesta sexta, questionamentos sobre os critérios de seleção das listas, conforme adianta a coluna do Noblat. A terceira lista traz 571 nomes de cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Indonésia, Alemanha e México.
EUA defendeu Israel na ONU
O número de mortos na Faixa de Gaza está em pouco mais de 9 mil, e são mais de 32 mil feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde de Gaza (MOH) desta sexta-feira (2/11). Dos óbitos, 3,7 mil são crianças. A estatística chega a 1,9 mil feridos e 111 mortos na Cisjordânia.
Somando os 1,4 mil mortos em Israel durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, o total chega a 10.572 vidas perdidas no Oriente Médio.
Nove países árabes se posicionaram contra os ataques de Israel promovidos na Faixa de Gaza, na quinta-feira (26/10). Já na terça-feira (25/10), Israel reagiu às falas do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. O aumento da tensão na região tem sido cada vez mais visível, principalmente devido aos conflitos com os grupos Hamas e Hezbollah.
Os bombardeios deixaram cerca de 45% de todas as casas da Faixa de Gaza danificadas ou destruídas, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). A organização ainda emitiu avisos de escassez “catastrófica” de alimentos. Esses dados foram divulgados durante a Assembleia Geral da ONU, no último dia 24, pela relatora especial para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados da Palestina, a italiana Francesca Albanese.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) chegou a doar 2 toneladas de comida para a região. Esses recursos chegaram na última terça-feira (31/10) na cidade do Cairo, no Egito, na aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). No mesmo local em que a alimentação chegou, a aeronave aguarda os brasileiros, para que sejam repatriados.
Diplomacia brasileira
A repatriação do governo federal é chamada de Operação Voltando Em Paz e já trouxe mais de 1,4 mil pessoas ao Brasil, todas provenientes de Israel e, mais recentemente, da Cisjordânia.
Agora, o governo luta, por meios diplomáticos, para buscar os 32 brasileiros na Faixa de Gaza. Essas negociações ocorrem por meio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira. Entre sexta-feira (13/10) e sábado (14/10), Lula negociou diretamente com os presidentes de Israel, Isaac Herzog, do Egito, Abdul Fatah al-Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
Após dias de negociação e consternação de diversos chefes globais, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou a minuta brasileira de resolução que poderia frear o conflito entre Israel e o Hamas. O texto, no entanto, não passou – foi vetado pelos Estados Unidos (EUA). Agora, uma perspectiva pacífica está mais distante no horizonte.
De acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, a decisão de permitir ajuda limitada a partir do Egito foi tomada após um pedido formal do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em visita a Israel.