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EUA enviará militares a países vizinhos da Ucrânia, anuncia Biden

Presidente norte-americano ponderou, contudo, que os Estados Unidos não vão se envolver com combate em território ucraniano

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Spencer Platt/Getty Images
O presidente dos EUA, Joe Biden
1 de 1 O presidente dos EUA, Joe Biden - Foto: Spencer Platt/Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Partido Democrata), afirmou, na noite desta terça-feira (1º/3), que enviará forças aéreas, náuticas e terrestres para países vizinhos à Ucrânia.

“Nossas forças não estão envolvidas e não entrarão em conflito com as forças russas na Ucrânia”, ponderou, contudo.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Em meio à troca de acusações, os Estados Unidos dizem que há uma ameaça "iminente" de Moscou a Kiev e enviaram mais de 8 mil soldados para a Europa Oriental

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Putin reconheceu oficialmente a independência de duas regiões da Ucrânia controladas por separatistas pró-Rússia. Poucas horas depois, anunciou o envio de soldados para Donetsk e Luhansk, com a suposta missão de pacificar a área

Alexei NikolskyTASS via Getty Images)
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Como resposta, a União Europeia e os Estados Unidos proibiram transações econômicas com bancos e entidades que financiam o aparato militar da Rússia. As medidas atingem políticos russos, bancos, o setor de defesa e de mercados de capitais

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O Ministério das Relações Exteriores russo informou que evacuou os últimos diplomatas em serviço no país vizinho. Para a chancelaria de Putin, os diplomatas russos correm risco de sofrer violência

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Sob risco de invasão, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu mais armas aos países do Ocidente. Ele defendeu que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia

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Em pronunciamento transmitido ao vivo de Washington, Biden condenou os bombardeios que desestabilizaram o Leste Europeu e colocaram o mundo em alerta. O mandatário norte-americano também anunciou o fechamento do espaço aéreo dos Estados Unidos para aviões russos.

Apesar de não terem tomado efetivamente o poder de nenhuma província ucraniana, as tropas russas já cercam ao menos nove cidades do país.

Durante o discurso do Estado da União nesta noite, Biden chamou Vladimir Putin de “ditador russo” e afirmou que os ataques à Ucrânia foram premeditados e gratuitos.

“Seis dias atrás, Vladimir Putin, da Rússia, tentou abalar os fundamentos do mundo livre, mas fez um cálculo ruim. Ele acreditava que o mundo se dobraria, mas encontrou um muro de força que jamais imaginaria encontrar”, frisou o presidente dos EUA.

“Quando a história desse momento for escrita, Putin terá tornado a Rússia mais fraca e o resto do mundo mais forte”, declarou.

Na prática, Biden tentou demonstrar firmeza nas ações americanas contra a guerra. Foi uma forma de reacender a confiança da população no governo.

O Estado da União é um dos principais eventos políticos americanos. Na ocasião, o mandatário norte-americano detalha os avanços do governo e esclarece as prioridades de sua gestão.

Biden adiou o discurso, que deveria ter ocorrido em meados de fevereiro. Questões internas, como a alta da inflação e a baixa popularidade — cerca de 40% dos americanos aprovam o governo —, motivaram o remanejamento para março.

O discurso do Estado da União de hoje foi o mais tardio já feito por um presidente norte-americano, uma vez que é habitualmente marcado para janeiro ou, em alguns casos, fevereiro.

Os ataques russos à Ucrânia

A Ucrânia viveu nesta terça-feira o 6° dia de ataques. O confronto foi iniciado em 24 de fevereiro. Kiev e Kharkiv estão sob fortes bombardeios – civis foram alvejados.

Um míssil foi disparado contra uma torre de transmissão de TV em Kiev, capital ucraniana, e deixou ao menos cinco pessoas mortas, segundo a Ucrânia.

A truculência da guerra na Ucrânia tem chegado a níveis antes inimagináveis. Com cidades sitiadas pelas tropas russas, o presidente Volodymyr Zelensky voltou a pedir apoio da comunidade internacional. O Exército russo ampliou o megacomboio que cercará Kiev, capital ucraniana e coração do poder. As tropas, que cobrem um extensão de 64 quilômetros, se aproximam da cidade.

Com o país sendo alvo de ataques cada vez mais violentos, Zelensky exigiu um cessar-fogo para abrir nova rodada de negociações com a Rússia e pediu resistência da população e do Exército.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

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