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EUA diz temer fome no mundo e receberá 100 mil refugiados da Ucrânia

Joe Biden demonstrou preocupação com questões humanitárias após a profunda crise desencadeada após o início do conflito na Europa

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Refugiados da Ucrânia chegam em campo na fronteira após fugirem da guerra em seu país em Przemysl, Polônia - Metrópoles
1 de 1 Refugiados da Ucrânia chegam em campo na fronteira após fugirem da guerra em seu país em Przemysl, Polônia - Metrópoles - Foto: GettyImages

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, demonstrou preocupação com questões humanitárias, como segurança alimentar e a crise dos refugiados no Leste Europeu, com a invasão russa à Ucrânia.

Biden confirmou que os Estados Unidos vão acolher 100 mil refugiados ucranianos e oferecer US$ 1 bilhão (R$ 4,8 bilhões) em ajuda humanitária ao país.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Para o líder da maior potência do mundo, se o conflito se prolongar, a oferta de alimentos no mundo será prejudicada. O setor de grãos já sofre efeitos da guerra. O trigo e o milho centralizam o problema.

Biden anunciou que será criado um sistema de monitoramento para registrar e punir pessoas ou  países que violem as sanções econômicas contra a Rússia.

O presidente norte-americano não deu detalhes sobre o projeto, mas insinuou que ele entrará em funcionamento em breve. ” Vamos criar um sistema que possa monitorar quem viola as sanções”, adiantou. Biden afirmou que o mundo corre o risco de sofrer com a falta de alimentos por causa da guerra.

Nesta quinta-feira (24/3), a guerra completa um mês e os líderes da Otan estão reunidos em Bruxelas, na Bélgica. Foi justamente o desejo da Ucrânia de entrar na organização que deu início à invasão russa, em 24 de fevereiro.

Além disso, Biden afirmou que o líder russo, Vladimir Putin, fracassou na investida contra o Ocidente. Biden defendeu a expulsão da Rússia do G20, grupos dos países mais ricos do mundo. A Polônia, país integrante da Otan e fronteiriço com a Ucrânia, defende essa medida.

“Ficou claro que ele achou que a gente não conseguisse manter essa coesão. Ele conseguiu o resultado exatamente oposto”, concluiu.

Negociações

O presidente norte-americano comentou brevemente a situação das negociações de paz entre russos e ucranianos. As conversas estão estagnadas por pressões dos dois lado. “Ucrânia que deve decidir se cede território”, resumiu.

Além disso, Biden deixou recados político-diplomáticos. Ele alertou que os países aliados estão preparados para responder em caso de uso de armas nucleares, químicas e biológicas.

Outra mensagem foi direcionada a nações apoiadoras da Rússia, como Belarus e China. “Haverá consequências”, frisou.

Zelensky

Antes da entrevista de Biden, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou formalmente a Rússia de usar bombas de fósforo contra crianças. O país já havia feito esse tipo de avaliação sobre a atuação das tropas de Vladimir Putin, mas não de forma enfática.

Zelensky levou a denúncia para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ao participar da reunião de cúpula, realizada nesta quinta-feira (24/3), em Bruxelas.

“Nesta manhã, houve ataques com bombas de fósforo, e novamente morreram crianças, além de adultos”, frisou o líder ucraniano.

As bombas de fósforo são semelhantes a armas incendiárias e causam graves ferimentos. Elas são compostas por substâncias solúveis em gordura e, assim, provocam queimaduras profundas.

Caso fragmentos entrem na corrente sanguínea, pode haver falência múltipla de órgãos, e feridas já cobertas podem reabrir quando os curativos são retirados e o local fica exposto ao oxigênio.

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