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EUA diz que Rússia reforçou ação militar na fronteira com a Ucrânia

Porta-voz do Pentágono declarou que Vladimir Putin tem “amplas capacidades à sua disposição”, se referindo ao poder bélico russo

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O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, alertou que a Rússia intensificou a ação militar na zona da fronteira com a Ucrânia. Os países vivem uma escalada de tensão, sob a ameaça de uma invasão russa.

No fim da tarde desta segunda-feira (14/2), o porta-voz Pentágono, John Kirby, frisou que o presidente russo, Vladimir Putin, tem “amplas capacidades à sua disposição”, se referindo ao poder bélico do país.

“[Putin] continua a enviar forças adicionais ao longo da fronteira com a Ucrânia, inclusivamente no fim de semana”, admitiu. Os Estados Unidos calculam que haja bem mais de 100 mil soldados russos na região.

Kirby frisou que não se trata apenas de “uma questão de números”. “São as capacidades de armamento que vão desde veículos blindados a unidades de infantaria, passando por forças especiais, os ciberataques ou mesmo defesa aérea e antimísseis”, salientou o porta-voz.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Kirby reafirmou que Putin mantém intactas todas as capacidades para lançar “a qualquer momento” uma “grande ofensiva militar convencional na Ucrânia”, ou mesmo um ataque menor, para desestabilizar o país.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou nesta segunda-feira o fim de parte das manobras militares conjuntas com a Bielorrússia, junto das fronteiras da Ucrânia, que têm servido para uma possível invasão.

Na mesma tendência, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, considerou possível uma solução diplomática para a crise na Ucrânia, propondo mesmo “prolongar e ampliar” o diálogo, dando um sinal de maior abertura.

A crise entre a Rússia e a Ucrânia tem atingido níveis de tensão que deixam o planeta atento ao vem acontecendo no Leste Europeu. O imbróglio começou devido ao desejo ucraniano de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, o que gerou insatisfação no governo russo.

Apesar das ameaças de invasão e da intensificação das atividades militares na fronteira, a Ucrânia reafirmou nesta segunda-feira a intenção de fazer parte do grupo que reúne 30 países.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, minimizou o descontentamento russo e garantiu que o país continuará as negociações para o ingresso na organização.

“Hoje, muitos jornalistas e muitos líderes estão sugerindo um pouco à Ucrânia de que é possível não correr riscos, não levantar constantemente a questão da futura adesão à aliança, porque esses riscos estão associados à reação da Federação Russa”, afirmou Zelenskiy, após conversa com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.

O líder ucraniano ressaltou. “Acredito que devemos seguir no caminho que escolhemos”, finalizou.

Entenda

Este é o momento mais tenso da disputa entre os dois países. A tensão teve início com a exigência do governo russo de que o Ocidente não aceite a adesão da Ucrânia à Otan.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Nesta segunda-feira (14/2), o chanceler alemão, Olaf Scholz (foto em destaque), visitou Kiev, capital da Ucrânia, e fez novos alertas contra a Rússia. Ele foi recebido pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy. Os líderes conversaram por duas horas.

“Continuaremos a ajudar a Ucrânia a continuar essa operação política [de evitar a invasão] neste momento. Trabalhamos de forma confidencial e também com a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, afirmou.

Ameaças

Na terça-feira (15/2), Scholz vai se reunir com o presidente russo, Vladmir Putin. O entendimento da Alemanha é que a atividade militar na fronteira significa uma ameaça. A Rússia cercou a Ucrânia em três pontos.

Na sexta-feira (11/2), a rede pública americana PBS News informou que Putin havia decidido pela invasão e já teria comunicado seu veredito às Forças Armadas.

Na tentativa de evitar a invasão da Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou o presidente russo, Vladmir Putin, com “sanções severas”.

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