EUA: Democratas divergem sobre reação a relatório de Mueller
O presidente Trump chamou partes do relatório “completa bobagem” e disse que a investigação era um “grande, gordo desperdício de tempo”
atualizado
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A senadora Elizabeth Warren quer o impeachment. O senador Cory Booker ainda não quer essa alternativa sobre a mesa. Muitos, incluindo o senador Bernie Sanders, dizem que as investigações do Congresso devem continuar. Pete Buttigieg, prefeito de South Bend, Indiana, diz que o árbitro final deve ser o eleitor. Pré-candidatos presidenciais Democratas estão calibrando como responder ao relatório do conselheiro especial Robert Mueller, em meio a preocupações de que a questão poderia ter efeito inesperado sobre eleitores indecisos e abafar suas agendas mais amplas.
Warren, de Massachusetts, a mais proeminente pré-candidata presidencial democrata a pedir a abertura do processo de impeachment, tomou a decisão depois de terminar de ler o relatório com cortes de Mueller. A posição de Warren acrescenta pressão sobre seus rivais 18 meses antes da próxima eleição para tomar posição sobre o assunto. “Há muitas pessoas que dizem: ‘Isso é politicamente complicado, os Democratas não deveriam ir por esse caminho, apenas fiquem longe disso, há uma eleição chegando'”, disse Warren durante evento no sábado. “Mas existem algumas coisas que são maiores que a política.”
Os candidatos estavam espalhados pelo país no fim de semana e na semana passada, quando o Departamento de Justiça divulgou o relatório, que detalhou a extensa interferência da Rússia na eleição de 2016 e concluiu que não havia conspiração criminosa entre russos e funcionários da campanha de Trump. O relatório também detalhou os esforços do presidente Trump para restringir a investigação e afirmou por que o conselheiro especial não buscou acusações de obstrução de justiça.
O presidente Trump chamou partes do relatório “completa bobagem” e disse que a investigação era um “grande, gordo desperdício de tempo, energia e dinheiro”. A Rússia negou a interferência na eleição.
Alguns candidatos estão deixando a porta aberta para o impeachment, incluindo o ex-secretário de Habitação, Julián Castro, que disse na sexta-feira à CNN que era “perfeitamente razoável” seguir essa via agora. O governador de Washington, Jay Inslee, e o deputado Eric Swalwell, da Califórnia, disseram que o impeachment não deveria ser retirado da mesa.
Outros candidatos presidenciais foram mais cautelosos. Perguntado se o impeachment deveria estar sobre a mesa neste momento, Cory Booker, senador de New Jersey, disse aos repórteres: “Não.” Como outros candidatos céticos em relação ao impeachment, Booker, que passou vários dias no Estado de Nevada após o relatório, pediu que as investigações do Congresso continuassem. O senador Kamala Harris, da Califórnia, defendeu o mesmo em eventos na Carolina do Sul no fim de semana.
O ex-vice-presidente Joe Biden, que pode anunciar a tentativa de concorrer à Casa Branca a partir desta semana, ainda não se manifestou desde a divulgação do relatório. Fonte: Dow Jones Newswires.