O Congresso norte-americano aprovou, nesta quinta-feira (28/4), uma lei que facilita a exportação de equipamentos militares à Ucrânia. A nova legislação é semelhante ao programa Lend-Lease (Lei de Empréstimo e Arrendamento), que, durante a Segunda Guerra Mundial, permitiu aos Estados Unidos emprestar a nações aliadas armas e outros suprimentos.
A lei, intitulada “Lei de Empréstimo e Arrendamento para Defesa da Democracia Ucraniana de 2022”, foi aprovada com 417 dos 517 votos da Câmara. No Senado, o projeto recebeu apoio unânime. O texto segue para sanção do presidente Joe Biden.
“Hoje, o povo ucraniano está na linha de frente na luta pela democracia e contra a tirania, e os Estados Unidos precisam provê-los com todas as medidas humanitárias e o apoio militar possível”, afirmou Mary Gay Scanlon, deputada do partido Democrata.
A nova legislação permitirá que o país forneça equipamento para a Ucrânia sem cumprir uma série de medidas burocráticas, apenas informando que pagará pelo empréstimo em uma data futura.
O Congresso dos Estados Unidos também aprovou o aporte de US$ 33 bilhões para a Ucrânia, incluindo US$ 2o bilhões para armas, munição e outros equipamentos militares.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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“Nós não estamos atacando a Rússia, estamos ajudando a Ucrânia a se defender da agressão que sofre. […] Devemos ajudar os ucranianos a lutarem pelo seu território, ou estaremos do lado das agressões russas”, disse o presidente americano em um comunicado sobre a guerra nesta quinta-feira (28/4). Biden afirmou ainda que as ações sociais realizadas pelos EUA – como o envio de água, comida e medicamentos – devem continuar.
A Casa Branca já cedeu mais de US$ 3 bilhões (R$ 15 bilhões) em armas à Ucrânia desde o início da guerra, no dia 24 de fevereiro de 2022. O governo americano procura agora conseguir financiamento suficiente para estender essa ajuda até outubro deste ano.