EUA: brasileiro foi capturado “sem um tiro disparado”, diz governador
O brasileiro Danilo Cavalcante estava foragido há duas semanas nos EUA, após ser condenado por assassinar a ex-companheira
atualizado
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As autoridades da Pensilvânia, nos Estados Unidos, detalharam a captura do brasileiro Danilo Cavalcante, que estava foragido desde o fim de agosto após fugir da prisão. Em coletiva à imprensa, na manhã desta quarta-feira (13/9), o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, destacou o fato de o brasileiro ter sido preso sem o uso de violência. “Uma captura sem tiros disparados”, comemorou Shapiro. E agradeceu à população: “Obrigado pelas dicas fornecidas e por não baixarem a guarda, por ajudarem as forças da lei”.
O tenente-coronel George Bivens, da Polícia da Pensilvânia, afirmou que Danilo “estava desesperado”, o que, de certa forma, ajudou nas buscas. “Ele tinha a opção de ser preso e passar o resto da vida em um lugar que não quer ou fugir, e ele escolheu evadir (da prisão)”, disse Bivens.
Segundo Bivens, os eventos que terminaram com a captura de Danilo começaram com o disparo do alarme de uma residência. “Próximo à meia-noite de terça, uma série de eventos ocorreu. Um alarme em uma residência, (…) procuramos uma área não muito longe dali com uma equipe tática e próximo da 1h começamos o rastreio”, explicou o policial.
Segundo Bivens, o brasileiro foi capturado em uma região ao norte no condado de Chester. “Ele foi encontrado abaixado, tentando se esconder”, detalhou o tenente-coronel. “Nós apenas adaptamos a segurança do perímetro. Então, se ele alcançasse esse perímetro, seria preso novamente”, completou.
Bivens também afirmou que as autoridades norte-americanas irão utilizar um intérprete para dialogar com Danilo. O policial ainda ressaltou que não sabe ainda se haverá acusações adicionais na ficha do brasileiro.
Danilo Cavalcante foi capturado nesta quarta e, no momento dos registros feitos pela imprensa internacional, utilizava uma roupa monocromática, com uma calça e um moletom, ambos de cor cinza escuro.
Preso, Danilo teve retiado o moletom que vestia. O procedimento é uma forma de mostrar que não houve brutalidade policial, assim como confirmar a identidade do suspeito – neste caso, através de sua tatuagem nas costas.
Mais cedo, foram encontrados sapatos e roupas de Danilo. Um moletom verde, apontado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) como um dos possíveis itens que ele poderia estar vestindo, foi uma das peças descritas pelas autoridades para incluí-lo na lista vermelha da organização.
Relembre o tempo foragido
Na noite da segunda-feira (11/9), o brasileiro Danilo Cavalcante chegou a trocar “diversos tiros” com um morador da cidade ao roubar um rifle calibre .22 na garagem de uma família. Danilo Cavalcante é considerado “extremamente perigoso” pelas autoridades norte-americanas.
“Estamos lidando com um monstro”, afirmou a promotora do caso, Deb Ryan.
O brasileiro estava foragido há duas semanas e 500 policiais estavam à procura dele na região do Condado de Chester, na Pensilvânia.
A própria mãe de Danilo chegou a produzir um áudio em que pede para que o fugitivo se entregasse às autoridades, que ofereceram US$ 20 mil (cerca de R$ 100 mil) por informações que ajudassem a localizar o brasileiro.
Os crimes do brasileiro foragido
Danilo foi condenado por homicídio em primeiro grau, no dia 16 de agosto, por esfaquear até a morte a ex-namorada Débora Evangelista Brandão. O crime aconteceu na cidade de Phoenixville, em abril de 2021.
“Ele a esfaqueou fatalmente 38 vezes, em plena luz do dia, na frente de seus filhos de 4 e 7 anos. Depois, escapou e foi ajudado por familiares e amigos. A Polícia do Estado da Virgínia conseguiu prendê-lo mais tarde, no mesmo dia”, contou a promotora do condado em que ocorreu o crime, Deb Ryan.
Cavalcante ainda era procurado pelo homicídio de Valter Júnior Moreira dos Reis, em 2017, morto a tiros em uma praça em Figueirópolis, em Tocantins.
Diversas forças de investigação se juntaram ao caso, como a polícia estadual da Pensilvânia, a Swat e o FBI. O Ministério Público do Condado de Chester classificou o brasileiro como “extremamente perigoso”. O criminoso estava cumprindo prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.