Corrida presidencial nos EUA é marcada por polêmicas de Biden e Trump
Até o momento, polêmicas envolvendo Joe Biden e Donald Trump superam propostas políticas e dão o tom da corrida presidencial nos EUA
atualizado
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Faltando cerca de cinco meses para a eleição que vai definir o próximo presidente dos Estados Unidos, a discussão sobre pautas políticas na corrida eleitoral perdeu espaço para as polêmicas envolvendo Joe Biden e Donald Trump.
Tentando voltar à Casa Branca após quatro anos, Trump é alvo de quatro processos na Justiça dos EUA, e recentemente se tornou o primeiro ex-presidente a ser condenado criminalmente na história do país, por fraude fiscal, no caso de suborno para a ex-atriz pornô Stormy Daniels.
Já Biden vê as polêmicas de Hunter Biden, um dos quatro filhos do presidente dos EUA, respingar na campanha que busca a reeleição. Recentemente, o advogado e lobista foi condenado por porte ilegal de arma e ainda é acusado de evasão fiscal.
Na internet, as pesquisas envolvendo os dois candidatos à presidência do país mostram como os problemas judiciais ganharam destaque na 60ª eleição presidencial dos EUA.
Dados do Google Trends, analisados pelo Metrópoles, mostram que 9 entre as 25 principais pesquisas sobre Biden nos últimos dias giram em torno da condenação do filho, Hunter Biden.
Enquanto isso, 10 das 25 pesquisas relacionadas a Trump durante o mesmo período foram ligadas a condenação do ex-presidente estadunidense.
Analistas apontam que o cenário indica um pleito em que o eleitorado deve buscar a escolha do “menos pior”, além de campanhas focadas em explorar as polêmicas do adversário.
“É notório que a campanha de Biden, que busca a reeleição, irá direcionar a estratégia de marketing eleitoral para as fragilidades de Trump, sobretudo em relação a condenação e acusações em curso”, afirma o cientista político André Rosa. “Diferente da cultura política na América do Sul, nos Estados Unidos, especificamente, escândalos envolvendo a vida pessoal do candidato, como traições conjugais, mudam totalmente o rumo de uma eleição”, aponta.
Nas pesquisas de intenção de voto, a campanha de Trump já vê os reflexos negativos do caso envolvendo a ex-atriz pornô Stormy Daniels.
Segundo números da plataforma FiveThirtyEight, que analisa pesquisas eleitorais e mostra um panorama geral baseado na junção de todos os dados, o empresário perdeu eleitores desde que foi condenado.
A vantagem de Trump sobre Biden – considerando todas as pesquisas realizadas – é de 1,1%, mas já chegou a ser de 2,4% em março. Enquanto o candidato do Partido Republicano aparece com 41,1%, o então presidente soma 40,1% das intenções de voto.
“Em um cenário em que ambos os candidatos têm fraquezas expostas, a capacidade de lidar com as polêmicas e projetar uma imagem de liderança confiável será decisiva. As próximas semanas serão importantes para determinar quem conseguirá converter a atenção gerada pelas polêmicas em vantagem eleitoral”, diz analista político Eduardo Galvão. “A capacidade de transformar escândalos em oportunidades pode ser o diferencial conquistar a Casa Branca”, prevê.