EUA: aliados de Trump impõem contagem manual de votos na Georgia
A maioria republicana aprovou a exigência de que os gerentes eleitorais façam a contagem manual dos votos, que pode atrasar resultado
atualizado
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A 46 dias das eleições dos Estados Unidos, o conselho eleitoral estadual da Geórgia aprovou uma nova regra, exigindo que a contagem manual dos votos das cédulas de papel após a disputa entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris.
A medida determina que três pessoas em cada distrito verifiquem a contagem de votos realizada por máquinas, contando manualmente cada uma das cédulas. A medida pode atrasar em semanas a divulgação do resultado no estado. Nos EUA, mesmo na eleição federal cada estado decide as regras de votação e apuração.
O placar da aprovação foi 3 X 2. Os três votos favoráveis foram dados por aliados do ex-presidente e candidato pelo Partido Republicano, Donald Trump. O ex-presidente elogiou os membros que promulgaram a regra, os chamando de “pit bulls lutando por honestidade, transparência e vitória”.
Os votos contrários foram do presidente John Fervier, indicado por Brian Kemp, governador republicano, e a indicada pelo Partido Democrata, Sara Tindall Ghazal. “Estamos indo contra o conselho do nosso advogado ao votar afirmativamente”, disse o presidente do conselho.
Como resposta Janelle King, membro do conselho, disse que a fala de Fervier incentivaria processos judiciais contra eles.
“Presidente, tenho que salientar que toda vez que você faz uma declaração de que isso pode ser contra a lei, você está acolhendo processos. Estou ficando realmente cansada de encorajar processos”, afirmou Janelle King.
Diversos especialistas em votação dos EUA, alertam que contagens manuais consomem tempo, são caras e menos confiáveis do que as feitas por máquinas. Porém, a defesa pela contagem manual ganhou força com ativistas conservadores que duvidam dos resultados da eleição de 2020.
Marisa Pyle, gerente sênior de defesa da democracia da All Voting Is Local, disse que a medida traz risco para a lisura do pleito.
“O que estamos falando em termos simples é pedir que milhares de pessoas manuseiem as cédulas antes que seus totais sejam conhecidos e sejam formalmente relatados sem praticamente uma única salvaguarda em vigor, mesmo sem considerar o risco de quaisquer maus atores. A equipe eleitoral está implorando para que você pare.”