1 de 1 O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, discursa na ONU. Ele fala no microfone, olhando para o público que o assiste, com a bandeira do país ao lado enquanto ajeita o óculos - Metrópoles
- Foto: Reprodução/Instagram
O governo norte-americano voltou a prometer apoio aos ucranianos diante da ameaça russa de invasão. A tensão no Leste Europeu tem alcançado patamares jamais vistos desde o início da crise com trocas de acusações e aplicação de sanções.
Nesta quarta-feira (23/2), a assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi tomada por discursos contra o conflito. Representantes da Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, além do secretário-geral da entidade, António Guterres, falaram sobre o tema.
Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba (foto em destaque), disse que o governo dos EUA garantiu que “os Estados Unidos apoiarão a Ucrânia, aconteça o que acontecer”. Kuleba contou detalhes das negociações nesta quarta-feira (23/2) após discursar na ONU.
18 imagens
1 de 18
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra
Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
2 de 18
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
Agustavop/ Getty Images
3 de 18
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
4 de 18
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Getty Images
5 de 18
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
6 de 18
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
Poca/Getty Images
7 de 18
A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
Kutay Tanir/Getty Images
8 de 18
Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
9 de 18
Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
10 de 18
Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
11 de 18
Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
12 de 18
O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
13 de 18
Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
14 de 18
Em meio à troca de acusações, os Estados Unidos dizem que há uma ameaça "iminente" de Moscou a Kiev e enviaram mais de 8 mil soldados para a Europa Oriental
Getty Images
15 de 18
Putin reconheceu oficialmente a independência de duas regiões da Ucrânia controladas por separatistas pró-Rússia. Poucas horas depois, anunciou o envio de soldados para Donetsk e Luhansk, com a suposta missão de pacificar a área
Alexei NikolskyTASS via Getty Images)
16 de 18
Como resposta, a União Europeia e os Estados Unidos proibiram transações econômicas com bancos e entidades que financiam o aparato militar da Rússia. As medidas atingem políticos russos, bancos, o setor de defesa e de mercados de capitais
Getty Images
17 de 18
O Ministério das Relações Exteriores russo informou que evacuou os últimos diplomatas em serviço no país vizinho. Para a chancelaria de Putin, os diplomatas russos correm risco de sofrer violência
Getty Images
18 de 18
Sob risco de invasão, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu mais armas aos países do Ocidente. Ele defendeu que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia
Getty Images
Kuleba disse que os Estados Unidos continuarão a fornecer à Ucrânia armas defensivas para aumentar sua capacidade militar e que irão aplicar mais sanções à Rússia.
“Gostaria de garantir que ficaríamos felizes se nunca tivéssemos que pegar essas armas e usá-las no campo de batalha. Nós queremos paz. Mas se a Rússia atacar, temos que estar equipados para revidar”, admitiu Kuleba.
Ele continuou: “Agradecemos, por exemplo, as sanções que já foram impostas, mas isso não é suficiente. E nossos parceiros não devem esperar que foguetes russos atinjam solo ucraniano ou aviões russos cruzem nosso espaço aéreo”.
Ele acrescentou que “não pode ficar totalmente satisfeito” até que “o último soldado russo se retire do território ucraniano”.
Reclamações na ONU
Nesta quarta, a assembleia geral da ONU foi tomada por discursos contra o conflito. Representantes da Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, além do secretário-geral da entidade, António Guterres, falaram sobre o tema.
Na segunda-feira (21/2), o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu as regiões separatistas como repúblicas independentes. A decisão foi vista como uma ameaça.
Com isso, nessa terça-feira (22/2), países como Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido anunciaram sanções econômicas ao governo russo para isolar Putin.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.