EUA admitem erro em ataque de drone ao Afeganistão que matou 10 civis
Os militares acreditavam que um carro parado no quintal da casa da família carregava explosivos para um novo ataque do Estado Islâmico
atualizado
Compartilhar notícia
O chefe do Comando Central dos EUA, general Frank McKenzie, reconheceu, nesta sexta-feira (17/9), que o ataque com um drone ao Afeganistão no dia 29 de agosto “foi um erro”. A investida matou dez pessoas de uma mesma família, incluindo sete crianças.
Em entrevista coletiva, McKenzie assumiu que a ação não atingiu integrantes do grupo terrorista Estado Islâmico de Khorasan, que dois dias antes realizara um violento atentado no aeroporto de Cabul, matando cerca de 180 pessoas — na maioria afegãos que tentavam escapar do país depois da chegada do Talibã ao poder.
“O ataque ocorreu com a convicção de que poderia evitar uma ameaça iminente a nossas forças e aos que tentavam fugir [do país] pelo aeroporto, mas foi um erro e ofereço minhas mais sinceras desculpas”, disse. O general também comentou que as informações fornecidas pela inteligência americana davam uma “razoável certeza” de que se tratava de uma potencial célula do Estado Islâmico do Khorasan, conhecido pela sigla em inglês Isis-K.
O secretário de Defesa, Lloyd Austin, também pediu desculpas pelo ataque e enviou condolências à família das vítimas. “Nós pedimos desculpas, e vamos nos esforçar para aprender lições deste erro horrível”, disse Austin, em nota.
“Quando temos razões para acreditar que tiramos as vidas de inocentes, nós investigamos e, se foi o caso, admitimos. Mas também precisamos trabalhar duro para evitar repetições [destes casos] — não importando as circunstâncias, o fluxo de inteligência e as pressões operacionais sob as quais trabalhamos”, continuou no texto o secretário de Defesa. “Devemos isso às vítimas e às pessoas que as amavam, ao povo americano e a nós mesmos.”
De acordo com o The New York Times, os militares acreditavam que um carro parado no quintal da casa da família carregava explosivos para novo ataque do Estado Islâmico; informação que se mostrou errada. Os dados apontam que o motorista do veículo, Zemari Ahmadi, trabalhou para os EUA durante a presença do país no Afeganistão e não tinha ligação com os terroristas, assim como as demais pessoas que estavam na casa.