1 de 1 imagem colorida mostra vladimir putin presidente da russia - Metrópoles
- Foto: Sefa Karacan/Anadolu Agency via Getty Images)
A troca de acusações e a guerra de narrativas continuam no dia a dia do confronto entre Rússia, ucranianos e aliados. O serviço de inteligência dos Estados Unidos acusa presidente russo, Vladimir Putin, de planejar o uso de ” meios mais drásticos” na invasão da Ucrânia. As autoridades citam o risco ataques nucleares.
Nesta terça-feira (10/5), a diretora de Inteligência norte-americana, Avril Haines, afirmou que o chefe do Kremlin pretende promover “ações militares potencialmente escaladas”.
“Acreditamos que Moscou continua a usar a retórica nuclear para impedir que os Estados Unidos e o Ocidente aumentem a ajuda letal à Ucrânia. Se Putin perceber que os Estados Unidos estão ignorando suas ameaças, ele pode tentar sinalizar a Washington o perigo aumentado de seu apoio à Ucrânia, autorizando outro grande exercício nuclear envolvendo uma grande dispersão de mísseis intercontinentais móveis, bombardeiros pesados e submarinos estratégicos”, ponderou.
“Os próximos meses podem nos levar a um caminho mais imprevisível e potencialmente trajetória escalada”, frisou.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Avril Haines acredita que Putin está se preparando para o prolongamento da guerra na Ucrânia.
“Avaliamos que os objetivos estratégicos de Putin provavelmente não mudaram, sugerindo que ele considera a decisão no final de março de reorientar as forças russas em Donbass é apenas uma mudança temporária para recuperar a iniciativa”, explica.
A chefe da inteligência detalha que as tropas russas pretendem tomar o controle das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, além de consolidar o controle de Kherson, de onde vem a água da Crimeia, que foi anexada ao território russo em 2014.
A inteligência dos Estados Unidos também vê indicações de que Putin pretende criar uma zona de controle até Transnístria, a região da Moldávia ocupada por Moscou, controlando assim toda a costa ucraniana do Mar Negro.
“O ponto mais provável de escalada nas próximas semanas é em torno das crescentes tentativas russas de intimidar a assistência de segurança ocidental, retaliação por sanções econômicas ocidentais ou ameaças”, frisa.
A guerra chega nesta terça ao 76º dia. Rússia e Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro.
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