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EUA acusa formalmente a Rússia de cometer crimes de guerra na Ucrânia

Na tarde desta quarta-feira (23/3), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deu declaração formal fazendo a acusação

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Soldado vistoria veículo militar danificado em rua de Mariupol, cidade ucraniana, que está ocupada por forças russas - Metrópoles
1 de 1 Soldado vistoria veículo militar danificado em rua de Mariupol, cidade ucraniana, que está ocupada por forças russas - Metrópoles - Foto: Stringer/Anadolu Agency via Getty Images

O governo norte-americano acusou formalmente a Rússia, nesta quarta-feira (23/3), de cometer crimes de guerra na Ucrânia. Nas últimas semanas, o país já havia feito esse tipo de avaliação sobre a atuação das tropas de Vladimir Putin, mas as autoridades dos Estados Unidos não tinham sido categóricas.

Na tarde desta quarta-feira (23/3), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, emitiu declaração formal com a acusação. O cargo é o mais alto da diplomacia do país.

“Hoje, posso anunciar que, com base nas informações atualmente disponíveis, o governo dos Estados Unidos avalia que membros das forças da Rússia cometeram crimes de guerra na Ucrânia”, salientou.

Esse tipo de acusação envolve o direito internacional e o descumprimento de acordos internacionais. Normalmente, são crimes de guerra violação dos direitos humanos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia chamado o líder russo, Vladimir Putin, de “criminoso de guerra” e sugerido que essa prática estava ocorrendo na Ucrânia.

Desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, Ucrânia e Rússia trocam acusações desse tipo. Durante a sessão emergencial da Assembleia Geral Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir a punição da Rússia embaixadores dos países entraram em embate.

Bombardeios

A Ucrânia acusa a Rússia de atacar civis, áreas residenciais, hospitais, escolas, ambulâncias, o que seria configurado crimes de guerra, por violarem direitos humanos.

Além disso, as sucessivas ameaças russas de usar armas nucleares e químicas no território ucraniano encorpam a acusação.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

A denúncia ocorre às vésperas do conflito no Leste Europeu completar um mês, nesta quinta-feira (23/3).

Desde a invasão russa, tropas bombardearam áreas estratégicas e desencadearam uma crise político-diplomática, humanitária além de aumentar a instabilidade econômica e geopolítica.

Tensão

O Conselho de Segurança da ONU discute a segurança de civis, jornalistas e profissionais de emergência (médicos, enfermeiros e bombeiros) na Ucrânia. Os embaixadores discutem possíveis resoluções contra a Rússia por supostos ataques e agressões contra esses grupos.

Às vésperas de completar um mês, a guerra segue escalada de tensão. Rússia e Ucrânia ainda não chegaram a um acordo para cessar-fogo.

Moscou disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sofrerá “consequências terríveis” caso envie  missão de paz à zona do conflito. A Ucrânia voltou a pedir mais armas.

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