Estados Unidos deportam mexicano que vivia no país há 30 anos
Jorge Garcia precisou deixar a mulher e dois filhos, de 12 e 15 anos. A família já garantiu que irá lutar para o levar de volta
atualizado
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Jorge Garcia abraçou a família no aeroporto de Detroit (EUA), com dois agentes de imigração por perto, antes de embarcar num avião com destino ao México, para onde foi deportado depois de viver três décadas nos Estados Unidos. O mexicano – levado para o país ilegalmente, quando tinha apenas 10 anos – foi obrigado a deixar os dois filhos, de 12 e 15 anos, e a mulher para trás. A informação é do Diário de Notícias.
“É um pesadelo”, disse a mulher de Jorge Garcia, citada pelo jornal Detroit News, após ver o marido virar as costas no aeroporto.Segundo a reportagem, havia uma ordem de deportação emitida contra Garcia já em 2009, mas suspensa durante a presidência de Barack Obama. Desde então, ele tentava arranjar uma forma de permanecer nos EUA. Com as últimas políticas anti-imigração de Donald Trump, a permanência no país se tornou impossível.
A deportação de Jorge Garcia transformou-o na última visão pública do que muitos críticos de Trump chamam de repressão cruel e excessiva contra os imigrantes ilegais.
No início do ano passado, Donald Trump emitiu uma ordem executiva ampliando as prioridades de deportação e alegando que as medidas são necessárias para proteger a segurança nacional, conforme afirma o texto.
Mulher é cidadã
Garcia e a esposa, cidadã americana, estão casados há 15 anos. Quando tentaram regularizar a situação migratória dele, em 2005, tiveram que enfrentar um processo de deportação, de acordo com o veículo ABC News. O homem não tem antecedentes criminais e nunca se ausentou de Michigan, cidade onde residia, sem autorização dos agentes de imigração.
“Sinto-me triste. Tenho de deixar a minha família para trás, sabendo que eles provavelmente terão dificuldades em lidar com isso. Não sei por quanto tempo não estarei cá, para os ajudar. É difícil”, desabafou o imigrante, citado pelo Detroit News.
Jorge Garcia pode ser impedido de regressar aos EUA durante 10 anos, mas a família já garantiu que irá lutar para levá-lo de volta ao território norte-americano antes desse período.
No aeroporto, na manhã dessa segunda-feira (15/1), um grupo de amigos despediu-se de Garcia, empunhado cartazes onde se lia: “Parem de separar as famílias”. De acordo com o Diário de Notícias, o vídeo da despedida emotiva foi compartilhado nas redes sociais.