Investigação culpa Estado Islâmico por ataque químico na Síria em 2015
Segundo Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), Estado Islâmico esteve por trás de ataque realizado na Síria em 2015
atualizado
Compartilhar notícia
O Estado Islâmico foi responsável por um ataque com armas químicas realizado em 2015 na cidade de Marea, na Síria, aponta investigação conduzida entre 2023 e 2024 pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
De acordo com o relatório, o órgão encontrou “motivos razoáveis” de que o grupo jihadista utilizou mostarda de enxofre durante ataques para capturar a cidade em setembro de 2015.
O órgão de supervisão de armas químicas afirmou que, na região do ataque, foram encontradas projéteis de calibre 122 mm adaptadas para “dispersar uma carga líquida”.
“Nenhuma outra entidade possuía os meios, motivos e capacidades para implantar mostarda de enxofre como parte de um ataque em Marea, em 1 de setembro de 2015”, diz o documento.
Ascenção e queda do Estado Islâmico
Aproveitando o caos instalado na Síria com o início da guerra civil, o Estado Islâmico chegou a dominar um terço do território do país, entre 2015 e 2016.
Contudo, o grupo terrorista começou a perder força em 2017 no Oriente Médio, quando o governo iraquiano anunciou a derrubada do último reduto ocupado pelos Isis no país.
Dois anos depois, foi a vez do regime de Bashar al-Assad reconquistar a última cidade ocupada pelo Estado Islâmico e anunciar a vitória contra os extremistas que tentavam proclamar um califado na região.
Bashar al-Assad e armas químicas
Apesar da conclusão, que tira a culpa do governo sírio pelo ataque realizado em 2015, o regime de Bashar al-Assad ainda continua sendo acusado de utilizar armas químicas desde que conflitos explodiram no país, em 2011.
Apesar de ter assinado um tratado para eliminar estoques de armas químicas no país sob influência da Rússia, em 2013, evidências apontam Bashar al-Assad utilizou tais munições proibidas pelo Direito Internacional ao menos em duas ocasiões, entre 2017 e 2018.
O possível uso de munições proibidas contra a oposição fez com que a comunidade internacional intervisse na Síria. Em 2017, os Estados Unidos bombardearam a base aérea de Shayrat com 59 mísseis. Já em 2018, uma coalizão internacional dos EUA, Reino Unido e França lançaram um bombardeio conjunto contra supostas instalações de armas químicas do ditador sírio.