Erika Ender, coautora de Despacito, rejeita versão lançada por Maduro
Nicolás Maduro usou a música para convocar os eleitores a votarem na Constituinte do próximo domingo
atualizado
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Erika Ender, a compositora panamenha que escreveu Despacito junto com Luis Fonsi, rejeitou, nesta segunda-feira, (24/7), a versão feita pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de seu sucesso musical para convocar os eleitores a votarem na Constituinte do próximo domingo.
“Ver que uma canção, da qual tenho coautoria, está sendo utilizada sem permissão para publicitar campanhas vinculadas a um regime que causa descontentamento e sofrimento a um país, longe de me alegrar, me indigna e NÃO APROVO sua utilização”, disse a artista em uma mensagem publicada em seus perfis nas redes sociais.Erika, de 42 anos, é considerada uma das mulheres mais influentes no mundo da música latina, disse que a Venezuela é um país que ela “ama”, que lhe deu “verdadeiros irmãos de coração” e está cheio de “gente guerreira, gente com vontade, gente boa, que não deixa de lutar pela liberdade de direitos e de expressão”.
“Não posso ver tanta dor em pessoas de que gosto tanto”, concluiu a artista panamenha que compôs junto ao porto-riquenho Luis Fonsi o tema Despacito, que se transformou em uma das canções mais bem-sucedidas da história.
Os meios de comunicação divulgaram imagens do programa dominical do presidente venezuelano, no qual foi apresentada a versão da canção para promover a Assembleia Constituinte, no meio de uma crise generalizada e de protestos nas ruas que deixaram mais de 100 mortos desde abril.
No próximo domingo, os venezuelanos estão convocados às urnas para escolher os mais de 500 integrantes da Assembleia Nacional Constituinte, que redigirão uma nova Constituição e terão faculdades para reordenar o Estado sem que ninguém possa se opor.
A oposição venezuelana, que se negou a participar da Constituinte, promoveu para esta mesma semana uma série de atividades para tentar impedir sua realização.