Erdogan e Obama conversam sobre extradição de clérigo radicado nos EUA
Governo turco afirma ter provas de que Fethullah Gulen, que mora nos Estados Unidos, foi o articulador da tentativa de golpe na Turquia na sexta-feira (15/7)
atualizado
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A Turquia enviou ao governo do presidente Barack Obama documentos que comprovariam que a tentativa fracassada de golpe na Turquia foi orquestrada pelo clérigo Fethullah Gulen, afirmou nesta terça-feira (19/7) a Casa Branca.
O envio foi seguido de uma conversa por telefone entre os presidentes Recep Tayyip Erdogan eBarack Obama, que discutiram a extradição do clérigo radicado nos Estados Unidos, onde vive há quase duas décadas.
O porta-voz da Casa Branca, John Earnest, afirmou que o governo avaliam os documentos enviados pelos turcos, e que o pedido de extradição não pode ser formalmente confirmado.
Na conversa, Obama prometeu ajuda a Erdogan na investigação, e salientou a importância de se observar os trâmites democráticos durante a investigação. O telefonema se deu em meio à expansão das prisões de supostos apoiadores do golpe por parte do governo turco.
Gulen, por sua vez, pediu que a Casa Branca negue o pedido e afirmou que não lidera nenhum grupo, mas vive uma vida simples em sua mansão, Saylorsburg. Estima-se, no entanto, que ele tenha um grupo significativo de adeptos na Turquia e no exterior.
Seus seguidores têm ao menos 55 mil negócios abrigados sob o guarda-chuva de uma das maiores organizações da Turquia, a Tuskon, que opera uma bem sucedida rede de escolas cooperativas em 160 países.
Nos últimos anos, pessoas ligadas a Gulen têm tentado se imiscuir a instituições de Estado turcas, especialmente a polícia e o Judiciário. O movimento liderado por Gulen ganhou influência política significativa na última década, ao apoiar inicialmente o partido de Erdogan, o AKP. Os dois, no entanto, se desentenderam desde então.