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Entenda por que a idade média na Faixa de Gaza é 18 anos

Israel tem aumentado a ofensiva contra a Faixa de Gaza depois que o grupo islâmico Hamas realizou um ataque contra o seu território

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Ahmad Hasaballah/Getty Images
Foto colorida de família palestina na Faixa de Gaza - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de família palestina na Faixa de Gaza - Metrópoles - Foto: Ahmad Hasaballah/Getty Images

A Faixa de Gaza tem sido alvo frequente de bombardeios das Forças Armadas de Israel, depois que o grupo islâmico Hamas atacou o território israelense em 7 de outubro. No entanto, a região chama a atenção também por ter idade média de 18 anos. Especialistas ouvidos pelo Metrópoles explicam as possíveis causas dessa população tão jovem.

Segundo dados do The World Fact Book divulgados pela CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, a Faixa de Gaza conta com população de 2.098.389 habitantes, em 2023, e crescimento populacional de 1,99%.

A Faixa de Gaza é um território palestino estreito, localizado na costa oeste de Israel e faz fronteira com o Egito. Tem, aproximadamente, 41 km de comprimento e 10 km de largura. A área está sob domínio do Hamas desde 2007, quando forças do governo da Autoridade Palestina foram expulsas.

A idade média de 18 anos mostra a juventude da população, o que demonstra contraste com a média global, que, segundo o mesmo banco de dados, é 31 anos.

Vitor de Pieri, professor de geografia política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), explica que a idade média de 18 anos na Faixa de Gaza tem relação com a alta taxa de natalidade da região.

“Na verdade, os palestinos têm alta taxa de natalidade, especialmente na Faixa de Gaza, ainda que haja precariedade na oferta de serviços em decorrência dos bombardeiros”, explica Pieri.

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O The World Fact Book mostra também que a taxa de natalidade da Faixa de Gaza é de 27,2 nascimentos a cada mil habitantes, segundo estimativas de 2023.

“Eles mantêm essa taxa de natalidade bastante alta. São vários fatores que geram isso, principalmente o fator cultural, muitos deles são refugiados da guerra de 1948, e eles veem nos filhos a continuidade da família”, acrescenta o professor da Uerj.

O conflito citado pelo magistrado é a guerra árabe-israelense de 1948, quando países da Liga Árabe, entre eles Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Síria e Arábia Saudita, se opuseram a criação do Estado de Israel, por intermédio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Vitor de Pieri acrescenta que os árabes, não só os de origem muçulmana, valorizam a família e que, para eles, o filho é a perpetuação da mesma.

Para Roberto Georg Uebel, professor de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), dados sobre a Faixa de Gaza são imprecisos, uma vez que é uma área de bastante conflito e que a população está em constante deslocamento. O especialista, no entanto, acrescenta que a taxa de natalidade deve diminuir com o acirramento dos conflitos na região.

“A gente vai ter diminuição na natalidade e aumento da taxa de mortalidade, porque a população está se deslocando, já se fala em mais de 1 milhão de palestinos que vão deixar, ou já deixaram, a Faixa de Gaza nos últimos 10 dias”, salienta Roberto.

Conflito

Apesar de ganhar mais holofotes em 2023, o conflito entre israelenses e palestinos não começou com o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro. O professor Roberto Uebel diz que esse embate é histórico e vem ganhando mais força com o passar dos anos.

“O seu ápice foi ali na primeira metade do século 20, quando termina o domínio britânico na região e se tem a criação do estado de Israel, em 1948, e que naquele momento não é criado automaticamente o estado da Palestina. Então, Israel começa a ocupar territórios que, historicamente comprovados pela arqueologia e antropologia, pertenciam aos povos palestinos”, destaca o professor da ESPM.

Desde então, o conflito entre israelenses e palestinos se intensificou com a Guerra dos Seis Dias, Guerra do Yom Kippur e Primeira e Segunda Intifada.

“O mais próximo de um acordo de paz foi nos anos 1990, durante o governo do Bill Clinton, nos Estados Unidos, que a gente tem aquela cena clássica dos presidentes da Autoridade Palestina e de Israel cumprimentando e apertando as mãos, mas que logo na sequência já escalona para outros conflitos”, aponta Roberto Uebel.

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Na história mais recente, o grupo Hamas atacou o território de Israel. A ação deu início ao acirramento do conflito da região e uma resposta mais massiva das Forças Armadas israelenses, principalmente na Faixa de Gaza.

A última atualização do Ministério da Saúde da Palestina é de que o confronto deixou, até o momento, 4 mil mortos palestinos. As autoridades de Israel estimam a perda de 1,4 mil israelenses.

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