Entenda o que é o G7 e as questões em jogo na cúpula de líderes
Lula participa, nesta sexta-feira (14/6), da cúpula de líderes do G7. O presidente terá reuniões com o papa Francisco e chefes de Estado
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pousou na Itália para participar da cúpula do G7 nesta sexta-feira (14/6), onde realizará reuniões bilaterais e um discurso para os membros permanentes do grupo. Lula tem como prioridades a Aliança Global Contra a Fome, a transição energética e uma mudança na governança global.
Em 2023, o Brasil voltou a participar da reunião de líderes do G7, após mais de 10 anos afastado. O grupo, criado em 1975, é composto pelos por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. As nações, em tese, representam as sete maiores economias do mundo. Hoje, o panorama mudou, com a entrada da China e Índia no ranking, ocupando a segunda e quinta colocação, respectivamente.
O Brasil, apesar de não fazer parte do G7, foi convidado pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, para comparecer às reuniões, que começaram nessa quinta (13/6) e vão até sábado (15/6). As sessões discutirão questões de interesse global, a exemplo das guerras em curso, imigração, inteligência artificial e as mudanças climáticas.
O encontro também conta com a participação de chefes de Estado de países africanos, do Oriente Médio e da América Latina, e líderes de bancos mundiais. Representando a Santa Sé, o papa Francisco comandará uma sessão que vai discutir o tema da inteligência artificial.
Outro tema abordado na cúpula é a guerra provocada pelo avanço de tropas russas no território ucraniano. O conflito já se arrasta há mais de dois anos. Nessa quinta, o Grupo dos Sete fechou um acordo no valor de US$ 50 bilhões para apoio à Ucrânia. O presidente Volodymyr Zelensky participou do primeiro dia de atividades da reunião de líderes.
Questões políticas em jogo
A cúpula ocorre em meio ao crescimento da extrema direita na Europa. O avanço ficou demonstrado nas eleições para o Parlamento Europeu, no último fim de semana, que acabou elegendo quase um terço dos representantes entre os 720 assentos.
O partido da primeira-ministra italiana, de extrema-direita, saiu fortalecido. Por outro lado, líderes como Olaf Scholz, da Alemanha, e Emmanuel Macron, da França, tiveram derrotas acachapantes.
Pouco antes do pleito, Lula havia alertado para a “ameaça do extremismo político” na região e pediu união dos democratas. “A vitalidade da democracia é fundamental no momento em que vivemos. Para vencer o totalitarismo será preciso unir todos os democratas”, disse.
De passagem pela Suíça, na quinta-feira (13/6), o petista suavizou o discurso. “O G7 é um pouco complicado. Somos convidados, temos tempo para falar, mas o assunto que eu quero falar é sobre democracia mesmo, sobre inteligência artificial e desigualdade. São os assuntos que gosto de discutir aonde eu vou”.
Lula se reúne com Macron e papa
O chefe do Executivo brasileiro tem previstas conversas bilaterais com o presidente da França, Emmanuel Macron, que esteve no Brasil durante o mês de março; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Tradicionalmente, o Brasil não pede por reuniões nesse tipo de evento, mas Lula pediu um encontro com o papa Francisco, também para pautar a questão da fome e a taxação dos super-ricos.
Não há expectativa de uma bilateral entre o presidente brasileiro com o equivalente argentino, Javier Milei. Além de estarem em campos ideológicos opostos, Milei já chamou Lula de “corrupto e comunista”. O líder argentino, por sua vez, terá encontros com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e com o presidente francês, Emmanuel Macron.