Entenda o escândalo que levou à queda de Boris Johnson
Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson renunciou na manhã desta quinta-feira (7/7)
atualizado
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O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson anunciou a renúncia como líder do Partido Conservador, e consequentemente como primeiro-ministro britânico, após mais um escândalo envolvendo um de seus aliados que ocupava cargo alto escalão do governo. Mais de 50 funcionários do governo pediram demissão nos últimos dias, como forma de pressionar Boris.
O premiê ocupava o cargo desde 2019 e enfrentou diversas crises durante o mandato. Mas ultimamente se viu diante de uma situação insustentável.
Há menos de um mês, ele enfrentou uma moção de desconfiança em que 41% dos parlamentares do Partido Conservador, do qual Johnson faz parte, votarem a favor de sua saída. A moção ocorreu após virem à tona fotos de reuniões e festas na sede do governo em meio às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, escândalo que ficou conhecido como Partygate.
Escândalo sexual
No último 30 de junho, o jornal The Sun publicou uma reportagem sobre o então vice-líder do governo no Parlamento, Chris Pincher, acusado de ter assediado sexualmente dois homens em um clube privado em Londres. Pincher era responsável por garantir aos parlamentares do partido que votem alinhados às orientações das lideranças.
Após a revelação, surgiram ao menos outras seis denúncias de comportamento sexual inapropriado de Pincher. Ele renunciou imediatamente após as acusações e disse que está buscando “apoio médico profissional”.
A denúncia colocou em xeque o cargo de Boris Johnson, questionado sobre a transparência do governo em relação ao caso. Em 1º de julho, o governo informou à imprensa que não sabia das acusações contra Pincher antes de sua nomeação, em fevereiro deste ano.
No entanto, três dias depois, o porta-voz do governo afirmou que Johson estava ciente de que haviam “alegações que foram resolvidas ou não avançaram para a fase de reclamação”. Portanto, não interromperia a nomeação do ex-deputado por “alegações sem fundamentamento”.
Uma reportagem da BBC mostrou que o premiê foi informado sobre uma queixa formal contra Pincher ainda entre 2019 e 2020, quando trabalhava no Ministério das Relações Exteriores. Depois, Johnson pediu desculpas e disse que foi “um erro” ter nomeado Pincher.
“Houve uma reclamação que foi trazida à minha atenção especificamente… Foi há muito tempo, e chegou até mim verbalmente. Mas isso não é desculpa, eu deveria ter agido a partir disso”.
A situação de escalonou até ficar insustentável a manutenção de Boris Johnson no cargo. Agora, ele assume interinamente o posto de primeiro-ministro até que seja indicado um novo líder.
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