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Entenda caso do soldado de Israel que virou alvo da Justiça brasileira

Justiça do Brasil ordenou, em 30 de dezembro de 2024, que a PF investigasse um soldado israelense que estava em solo brasileiro

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1 de 1 Imagem colorida mostra soldado de Israel alvo da Justiça do Brasil - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O caso envolvendo um soldado de Israel alvo da Justiça do Brasil voltou a abalar as relações entre Brasília e Tel Aviv nesse fim de semana. O militar estava em solo brasileiro quando foi denunciado por supostos crimes de guerra por uma organização internacional.

Identificado como Yuval Vagdani, o cidadão israelense chegou ao Brasil em dezembro de 2024 para uma temporada de férias. Junto de amigos, ele estava em Morro de São Paulo, na Bahia.

Após identificar a presença de Vagdani no território brasileiro, a Fundação Hind Rajab (HRF) acionou a Justiça local e pediu investigação contra o militar de Israel. Ele é acusado de participar da destruição de um bairro completo na região conhecida como corredor Netzarim, na Faixa de Gaza.

Segundo a organização, que atua internacionalmente denunciando crimes cometidos contra palestinos, a ação teria acontecido fora de situação de combate e teve a “intenção deliberada de causar prejuízos indiscriminados à população civil”.

Nos autos judiciais do caso, aos quais o Metrópoles teve acesso, a HRF anexou uma série de provas para sustentar a acusação. Elas foram recolhidas com base em um trabalho de investigação feita com inteligência de fontes abertas.

Nas imagens, é possível ver Vagdani celebrando nas redes sociais as ações israelenses no enclave palestino, que já provocaram a morte de 45 mil pessoas na região. Em uma das publicações, o soldado israelense clamou que Israel continuasse “destruindo e esmagando este lugar imundo, sem pausa, até os seus alicerces”, em referência a Gaza.

O pedido para que a Polícia Federal (PF) iniciasse investigação contra Vagdani foi emitido pela juíza federal Raquel Soares Charelli, da Seção Judiciária do Distrito Federal, durante o plantão de 30 de dezembro de 2024. A decisão se baseia no fato de que o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI).

Além da investigação, a HRF queria que a Justiça expedisse mandado de prisão provisória do homem, por risco de fuga ou destruição de provas. No entanto, o pedido não foi deferido pela Justiça a tempo.

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Em outra publicação, Vagdani aparece na mesma região ao lado de outro soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI)
No Facebook, soldado israelense publicou imagens da destruição do bairro na Faixa de Gaza
Em dezembro, Yuval Vagdani veio ao Brasil para passar uma temporada de férias
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"Que possamos continuar destruindo e esmagando este lugar imundo, sem pausa, até os seus alicerces", escreveu soldado de Israel sobre bairro que foi demolido em Gaza

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Em outra publicação, Vagdani aparece na mesma região ao lado de outro soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI)

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No Facebook, soldado israelense publicou imagens da destruição do bairro na Faixa de Gaza

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Em dezembro, Yuval Vagdani veio ao Brasil para passar uma temporada de férias

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Fuga

Depois da repercussão do caso, Vagdani deixou o Brasil antes que pudesse ser alvo de diligências da PF.

Segundo informações da mídia israelense, um amigo do militar teria recebido mensagem de uma representação diplomática de Israel informando sobre o caso. O soldado, então, deixou o território brasileiro e chegou ao seu país natal nas primeiras horas de domingo (5/1).

Até o momento, ainda não está claro sob quais circunstâncias Vagdani deixou o Brasil. O Ministério das Relações Exteriores de Israel, no entanto, afirmou que acionou sua embaixada no território brasileiro para acompanhar o caso até a “rápida e segura partida” do militar do Brasil.

Reação israelense

Por meio de sua representação diplomática no Brasil, o governo de Israel criticou a decisão da Justiça brasileira e pontuou que Israel “está exercendo seu direito à autodefesa após o massacre brutal cometido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023”.

Além disso, a embaixada israelense em Brasília disse que “os verdadeiros perpetradores de crimes de guerra são as organizações terroristas, que exploram populações civis como escudos humanos e utilizam hospitais e instalações internacionais como infraestrutura para atos de terrorismo direcionados a cidadãos israelenses”.

O caso também gerou reações do Parlamento israelense. Em uma publicação no X, o congressista Dan Illouz ameaçou o Brasil por causa da decisão contra o soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI).

“Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição de seus soldados, e se o Brasil não corrigir seus hábitos, pagará um preço”, escreveu o parlamentar.

De acordo com a mídia israelense, uma reunião emergencial no Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento de Israel foi agendada para esta segunda-feira (6/1), com o objetivo de discutir o caso envolvendo a Justiça do Brasil e o soldado das FDI.

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